sexta-feira, 29 de julho de 2011

ECONOMIA: Dólar volta a fechar em baixa e Bovespa tem ligeira alta, mas já perde 'uma Vale' no ano

De O GLOBO

Vinicius Neder (economia@oglobo.com.br), com Reuters e Valor

RIO - O dólar comercial fechou em baixa de 0,76% nesta sexta-feira, a R$ 1,553 para a compra e a R$ 1,554 para a venda, após subir na quarta e na quinta-feira, na esteira das novas medidas do governo para taxar as operações de câmbio no mercado futuro.
Volátil, a bolsa brasileira conseguiu fechar o pregão desta sexta-feira em alta, mas a modesta valorização pouco contribuiu para reduzir a expressiva perda da semana, do mês. O Ibovespa fechou com valorização de 0,20%, aos 58.823 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 6,3 bilhões. Na semana, contudo, o índice caiu 2,4% e, em julho, recuou 5,7%, no pior desempenho para o período desde maio de 2010 (-6,6%).
No acumulado do ano, o Ibovespa já tem baixa de 15,1%. Considerando todas as ações, o valor de mercado da da Bovespa caiu de R$ 2,569 trilhões de no fim de 2010 para R$ 2,316 trilhões na quinta-feira.
A perda (R$ 253 bilhões) fica bem próxima do valor de mercado da Vale, segunda maior empresa de capital aberto no Brasil, avaliada em R$ 264 bilhões.
Segundo especialistas, o mercado de câmbio foi influenciado pelo cenário externo e por ajustes após a valorização de 1,88% nos dois dias que se seguiram ao anúncio de medidas. Para o operador de câmbio da Renascença DTVM, José Carlos Amado, o mercado começou a perceber nesta sexta-feira que a conjuntura macroeconômica pesa a favor da valorização do real.
- Além disso, sempre que medidas são anunciadas, é natural haver ajustes no mercado depois das primeiras reações - comenta Amado.
Segundo o estrategista da CM Capital Market, Luciano Rostagno, o mau humor dos investidores nos mercados globais falou mais alto do que as medidas anunciadas quarta-feira.
- Os números nos Estados Unidos vieram muito ruins - afirma Rostagno, destacando o dado sobre o Produto Interno Bruto (PIB, todas as riquezas produzidas num país) americano, que cresceu 1,3%, em termos anualizados, no segundo trimestre, abaixo das previsões de analistas. Ações da Gol lideram perdas
O dia no Ibovespa começou no negativo, com o índice chegando a operar, na parte da manhã, em baixa de 1,13%, aos 58.041 pontos. O volume de negócios foi de R$ 6,2 bilhões.
O destaque negativo do pregão foi a companhia aérea Gol, cuja ação PN (preferencial, sem direito a voto) despencou 21,61%, a R$ 12,00. Nesta sexta-feira, a empresa revisou para baixo, pela segunda vez, sua previsão de crescimento e de margens para este ano.
Os papéis da Vale também caíram. As ações PN perderam 1,43%, a R$ 45,61, enquanto as ON (ordinárias, com direito a voto) perderam 1,90%, a R$ 45,61. Segundo analistas,
com os resultados do segundo trimestre, divulgados na quinta-feira, pode ter havido realização de lucros.
As ações dos bancos e da Petrobras, com grande peso no Ibovespa, seguraram o índice. Os papéis da estatal de petróleo e gás ficaram estáveis, com as ações ON perdendo 0,04%, a R$ 26,05 e as PN fechando a R$ 23,50, o mesmo valor de quinta-feira.
Entre os ativos de maior peso sobre o Ibovespa, Vale PN caiu hoje 1,42%, a R$ 45,61; Petrobras PN ficou estável, em R$ 23,50; OGX Petróleo ON subiu 0,23%, a R$ 12,92; Itaú Unibanco PN teve valorização de 1,25%, a R$ 31,44; e BMFBovespa ON se apreciou em 2,02%, a R$ 9,07.
No mercado americano, o Dow Jones caiu 0,79%, para 12.143 pontos, na sexta baixa seguida. Na semana, o índice perdeu 4,2% e, no mês, 2,2%.
Já o SP 500 teve a quinta queda consecutiva, ao ceder 0,65%, para 1.292 pontos. A baixa do índice atingiu 3,9% na semana e 2,1%, no mês. Por fim, o Nasdaq recuou 0,36%, para 2.756 pontos. A queda da semana foi de 3,6% e, em julho, o índice se depreciou em 0,6%.

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