sexta-feira, 1 de julho de 2011

MUNDO: Reviravolta no caso Strauss-Kahn sacode a política na França e dá ânimo a socialistas

De O Globo

Com agências internacionais

PARIS - A política francesa foi sacudida nesta sexta-feira pela reviravolta nas investigações sobre Dominique Strauss-Kahn nos EUA. A revelação de que a Justiça americana desconfia da camareira que acusa o ex-diretor-gerente do FMI de crimes sexuais foi comemorada pelos socialistas aliados de DSK - como ele é conhecido no país -, que voltaram a ver a possibilidade de tê-lo como candidato nas eleições presidenciais de 2012.
Strauss-Kahn chegou no fim da manhã desta sexta-feir a um tribunal de Nova York, onde a Justiça deve anunciar sua libertação. Segundo a agência Bloomberg, a fiança milionária paga por ele para ficar em prisão domiciliar será restituída.
A mudança de posição do ex-chefe do FMI, que pode passar de réu a vítima, já provoca especulações sobre as primárias do Partido Socialista. O prazo para a indicação de candidaturas termina no próximo dia 13, o que dá ao político e economista francês tempo hábil para estar de volta ao país, caso seja de fato posto em liberdade.
Embora ele não tenha declarado abertamente sua intenção de disputar a Presidência, pesquisas de opinião realizadas antes do escândalo envolvendo a camareira em um hotel de Nova York mostravam Strauss-Kahn no topo, à frente do presidente Nicolas Sarkozy, que deve buscar a reeleição. A socialista Michele Sabban disse que as novidades nos EUA devem alterar o calendário do partido, que previa escolher seu candidato em outubro.
- Se Dominique Strauss-Kahn for solto, eu peço ao Partido Socialista para suspender o processo das primárias - disse Michele.
A presidente do partido, Martine Aubry, que anunciou sua pré-candidatura esta semana, disse ter recebido as informações sobre o caso DSK com "imensa alegria".
- Eu espero que o sistema de justiça americano estabeleça toda a verdade e permita que Dominique saia deste pesadelo - afirmou Aubry, que, segundo rumores, poderia estar discutindo uma candidatura conjunta com Strauss-Kahn.
Para o deputado socialista Jean-Marie Le Guen, o cenário político muda com esse evento.
- Nós precisamos de Dominique Strauss-Kahn, nosso país precisa - afirmou Le Guen, um dos colaboradores políticos mais próximos de DSK.
Analistas prevêem, porém, que a imagem do ex-chefe do FMI ainda pode ficar manchada por um longo período, o que impediria sua candidatura.
Dias depois de sua prisão, uma pesquisa mostrou que a maioria dos franceses acreditava que DSK era vítima de um complô. Ainda assim, sua popularidade caiu 10 pontos desde maio, chegando a 27% numa sondagem do instituto Ipsos feita em 17 e 18 de junho.

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