Por Paulo Mascarenhas
Encerrada a pior campanha eleitoral em conteúdo desde a redemocratização do país, os cidadãos brasileiros voltam às urnas, amanhã, em segundo turno, para eleger o novo Presidente da República.
A falta de discussão política e de propostas efetivas e consistentes se refletiram no animo do eleitor, que reagiu com frieza aos candidatos. Parafraseando o presidente Lula, “nunca antes na história deste país” se viu uma campanha tão sem graça, sem “cheiro” e sem participação popular. Dois candidatos que não empolgaram e nem empolgam os eleitores, um pelo seu academicismo e a outra pela falta de expressão e representatividade política própria.
Quem teve, como eu, a oportunidade de escolher o presidente da República, numa mesma eleição, dentre candidatos como o próprio Lula, Ulisses Guimarães, Leonel Brizola e Mário Covas, além de outros menos cotados, viu-se, nesta eleição, na aridez de um imenso deserto político. Difícil é, até mesmo, buscar uma justificativa para escolher um dos dois candidatos. E a abstenção que se prenuncia será a conseqüência direta disto.
Mas o povo cumprindo o seu direito/dever constitucional deverá escolher, nas próximas horas, aquele que dirigirá os destinos da nação pelos próximos quatro anos. De um lado Dilma Roussef, a candidata do presidente Lula, que mesmo com uma aprovação pessoal e do seu governo na faixa dos 80%, não conseguiu, por mais que tentasse – e “nunca se viu antes na história deste país” (ops!) um presidente tão engajado numa campanha política – transferir o seu prestígio e os seus votos num percentual maior do que o que se anuncia. De outro José Serra, legítimo representante do tucanato brasileiro mas que somente conseguiu agregar a sua campanha alguns tucanos de bicos longos, a exemplo de Aécio Neves e Geraldo Alckmin, neste segundo turno.
Temas como as reformas política, administrativa, tributária e previdenciária, tão necessárias e importantes para o país, sequer foram “ventiladas” durante a campanha. A educação, a saúde e a segurança também não foram discutidas com a profundidade e a seriedade que se esperava dos candidatos.
Mas, enfim, a sorte está lançada! Das urnas sairá aquele ou aquela ungido(a) pelo voto popular, soberano, certo ou errado. Os próximos quatro anos dirão do acerto ou do erro do eleitor.
E isto é da essência da democracia.
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