sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

ECONOMIA: Ibovespa cai aos 84 mil pontos após divulgação de dados do mercado de trabalho nos EUA

OGLOBO.COM.BR
POR MARINA BRANDÃO

Dólar dispara 1,45% a R$ 3,21 em dia de aversão a risco no mercado global

Ingresso de dólares no país influencia cotação - Scott Eells / Bloomberg

RIO - A Bolsa aprofundou suas perdas nesta sexta-feira, após dados de geração de emprego e salário dos Estados Unidos virem acima do esperado – o que acabou impulsionando os títulos do governo americano. O resultado reforça ainda a necessidade de os EUA terem que começar a aumentar suas taxas de juros, tornando países emergentes, como o Brasil, menos atrativos para investimentos. Assim, o Ibovespa, principal índice de ações da B3, fechou o dia com alta de 1,70% aos 84.041 pontos, perdendo o patamar dos 85 mil. Na mínima, o índice chegou aos 83 mil pontos.
O dólar, por sua vez, saltou 1,45% e fechou o pregão cotado a R$ 3,215, acumulando alta de 2,35% na semana e interrompendo seu movimento de queda. A moeda, que subiu de maneira generalizada em meio ao sentimento global de aversão a risco, chegou a ultrapassar o patamar dos R$ 3,22 na máxima. Segundo o dollar spot, índice que mede a força da divisa americana frente a uma de dez moedas, a divisa americana subiu 2,18%.
— A alta da Bolsa foi muito significativa nesses últimos meses, então o mercado já aguardava esse cenário de realização. Além disso, os indicadores americanos só confirmam o temor de que a inflação americana pode subir a médio prazo, e forçar o Fed (bc americano) a aumentar os juros do país — avalia Carlos Soares, analista da Magliano, lembrando ainda que o pacote fiscal de Trump corrobora para esse cenário.
O chamado payroll foi divulgado na manhã desta sexta e reúne dados mercado de trabalho dos setores público e privado americano. Ao todo, os Estados Unidos abriram 200 mil novos postos de trabalho em janeiro deste ano, na maior taxa de crescimento desde 2009 – e acima dos 180 mil estimados pelo mercado. Além disso, no início da semana, o Fed já havia anunciado que iria manter o juro do país inalterado, na faixa entre 1,25% e 1,5%, mas que já deve começar a elevar a taxa a partir da próxima reunião do comitê monetário, em março.
No cenário interno, cresce o ceticismo em relação à aprovação da reforma da Previdência, com o governo jogando a toalha diante das pressões do funcionalismo público, conforme mostrou O GLOBO.
— Com o retorno do Congresso na próxima semana, aumenta a incerteza sobre o cenário político, em especial, sobre a aprovação da Previdência. É mais um fator que sugere cautela entre os investidores — lembra Soares.
AÇÕES DA EMBRAER SÃO DESTAQUE NA BOLSA
Na Bolsa, apenas cinco ações terminaram o dia em alta. A principal delas é a Embraer, que chegou a subir 9,53%, para R$ 22,29 na máxima do dia, após a colunista Míriam Leitão noticiar que a brasileira e a Boeing vão criar uma terceira empresa, encarregada da operação comercial da fabricante de aviões. É o maior nível desde dezembro do ano passado. Ao fim do dia, os papéis da empresa terminaram em alta de 4,41%, cotados a R$ 21,30.
— A notícia de união da Embraer com Boeing animou o mercado. Além disso, a brasileira sobe impulsionada também pela alta do dólar, ao lado de empresas de celulose — diz Soares.
Fibria e Suzano seguiram os passos da fabricante de aeronaves: subiram, respectivamente, 1,84% e 0,80%.
Entre os papéis mais negociados, os ordinários (ON, com voto) da Petrobras caíram 2,66%, a R$ 21,54, e os preferenciais (PN, sem voto), tiveram queda de 2,68%, a R$ 19,97; já a Vale teve devalorização de 2,36%, na esteira da queda das commodities. Suas ações ficaram cotadas as R$ 40,80.
Os bancos exerceram a principal pressão negativa: o Itaú caiu 1,25%, o Bradesco, 3,10%, e o Banco do Brasil, 1,35%.

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