quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

ANÁLISE: Por enquanto, Lula faz malabarismos para adiar prisão

OGLOBO.COM.BR
POR CLEIDE CARVALHO

Ministro que negou habeas corpus já havia reagido a críticas à Justiça

O ex-presidente Lula - SERGIO LIMA / AFP

SÃO PAULO — A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva jogou com a sorte ao tentar evitar, via liminar, a prisão que, segundo seus próprios advogados, pode acontecer logo. O instrumento é o mais rápido de que a defesa dispõe para que Lula não seja preso em cerca de dois meses, após exaurido o único recurso que cabe à condenação no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
No Superior Tribunal de Justiça (STJ), a tentativa fracassou. Na segunda-feira, o ministro Humberto Martins, que negou a liminar na terça-feira, havia criticado publicamente, sem citar nomes, “ataques desarrazoados” à Justiça e a seus representantes — o que tem sido a tônica dos discursos petistas na última semana.
“A liberdade de expressão, a livre manifestação do pensamento, valores tão caros à nossa democracia, não podem se transformar em palavras de ordem, em impropérios contra a honra e a dignidade das pessoas (...)”, escreveu o ministro, classificando como “retrocesso inadmissível para a sociedade brasileira”.
Agora, a próxima chance está no Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa de Lula citou, no habeas corpus que foi negado, os ministros do Supremo que divergem da prisão em segunda instância: Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Celso de Mello. Citou até mesmo a possibilidade de mudança de posição de Gilmar Mendes, já sinalizada pelo próprio.
O problema para Lula é que um pedido de habeas corpus cairá nas mãos do relator da Lava-Jato no Supremo, Edson Fachin. Ele votou a favor da prisão após decisão da segunda instância e não dá sinais de trocar de ideia. Assim, a batalha da defesa do petista por ora é apenas para adiar um encarceramento que se desenha como inevitável.

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