quinta-feira, 12 de maio de 2016

IMPEACHMENT: Presidente do STF assume condução do impeachment

ESTADAO.COM.BR
ADRIANO CEOLIN - O ESTADO DE S.PAULO

Ministro Lewandowski conversou nesta quarta-feira com Renan Calheiros para acertar troca de comando; ideia é encerrar processo até setembro

Ministro Ricardo Lewandowski, presidente do STF

BRASÍLIA - Numa conversa por telefone, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, acertaram juntos que hoje deve ocorrer a troca de comando da condução do processo de impeachment. Como determina a Constituição, o ministro da Corte Suprema assume a presidência do Senado para fins do julgamento por crime de responsabilidade da presidente Dilma Rousseff.
Lewandowski e Renan se falaram por telefone anteontem. Caberá ao presidente do Senado definir precisamente as prerrogativas e direitos de Dilma durante o período de afastamento. O julgamento tem prazo máximo de 180 dias. O Estado apurou que a presidente poderá morar no Palácio da Alvorada e terá direito a transporte, remuneração, assistência à saúde, gabinete pessoal e segurança.
Renan evitou dar detalhes sobre os direitos da presidente. A interlocutores próximos, o presidente do Senado reclamou que tem sofrido pressões de deputados que reivindicam “direitos iguais aos de Dilma” para Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi afastado da presidência da Câmara pelo STF no começo da semana. “Esse pessoal é maluco”, comentou Renan.
Ontem, o presidente do Senado também telefonou para o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, para informá-lo que vai avisá-lo antes de ler em plenário os direitos da presidente. Nesse período, Dilma seguirá sendo chamada de presidente. Ela só perde o título se for condenada. Já Michel Temer será chamado de presidente interino.
Acompanhamento. Nas últimas semanas, assessores de Lewandowski e Renan reuniram-se para definir a agenda do julgamento de impeachment. Ontem, a secretária-geral do STF, Fabiane Duarte, acompanhou a sessão do Senado atrás da Mesa Diretora da Casa.
Lewandowski gostaria de concluir o julgamento de Dilma até setembro, antes de deixar o comando do STF. Se isso não ocorrer, quem assume a função é a ministra Cármen Lúcia, próxima presidente do Supremo.
Apesar disso, Lewandowski afirmou que não pulará etapas, a fim de garantir o direito de defesa da presidente. O grupo de senadores aliados de Dilma não desistirá de tentar provar a inocência da petista, ao contrário do que ocorreu com Fernando Collor em 1992. Para não atrasar o processo, o presidente do STF defende a suspensão do recesso parlamentar de julho, ideia compartilhada por Temer e Renan.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |