quarta-feira, 16 de março de 2016

POLÍTICA: Lula discute condições com Dilma para assumir ministério

FOLHA.COM
GUSTAVO URIBE
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
CÁTIA SEABRA
DE SÃO PAULO

Eduardo Anizelli/Folhapress 
A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Na tentativa de convencer seu antecessor a assumir um ministério, a presidente Dilma Rousseff se reúne na manhã desta quarta-feira (16) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um esforço que é considerado a última cartada da petista para evitar a abertura do processo de impeachment.
Na noite da terça-feira (15), após mais de quatro horas de jantar, o petista pediu à presidente mais tempo para analisar o convite. Segundo a Folha apurou, Lula saiu da conversa mais propenso a aceitar o cargo, mas preferiu conversar na madrugada com petistas e peemedebistas para ajudá-lo a tomar uma decisão.
Além dos dois, participam do café da manhã no Palácio da Alvorada os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Fazenda).
Para assumir um ministério, o petista impôs como condição autonomia na articulação política com a base aliada e mudanças na política econômica para garantir a retomada do crescimento.
Esta última condição que seria apresentada por Lula preocupa não só o mercado como interlocutores do ex-presidente no empresariado, pelo receio de demandar medidas como venda de reservas internacionais, queda forçada dos juros e liberação de mais crédito na economia.
Segundo petistas e integrantes do governo, sua nomeação, se confirmada, poderá ser acompanhada da entrada de um time no governo Dilma. Essa seria uma condição imposta por Lula para aceitar o apelo da presidente.
Entre os nomes que Lula gostaria de levar para o Governo está o de Celso Amorim para Relações Exteriores. Não está descartada a substituição de Aloizio Mercadante, na Educação. Outros nomes, como o de Ciro Gomes, são ventilados por petistas.
Segundo relatos, o petista demonstrou incerteza diante da avaliação de que o PMDB não garantia apoio ao governo federal com sua nomeação para a Secretaria de Governo ou para a Casa Civil.
Nas palavras do petista, é necessário construir um consenso com o partido aliado antes de sua entrada, se não ele pode se tornar um "elemento de desestabilização".
"Não vou entrar no governo a qualquer custo", desabafou.
Também pesou para a incerteza o fato de que sua família não ficaria protegida de um pedido de prisão do juiz Sergio Moro como ele e a maioria da população poderia criticá-lo por estar querendo fugir da Justiça.
A entrada de Lula é vista no governo federal como a salvação da presidente, mas é avaliada com preocupação pelo mercado.

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