quarta-feira, 21 de outubro de 2015

ECONOMIA: Dólar sobe pela 4ª sessão e encosta em R$ 3,96; Bolsa cai

OGLOBO.COM.BR
POR RENNAN SETTI

Moeda avança sobre emergentes com queda de commodities e das Bolsas chinesas
- Chris Ratcliffe / Bloomberg News

RIO - O dólar comercial opera em alta pela quarta sessão consecutiva, avançando 1,33% nesta quarta-feira e cotado a R$ 3,954 para compra e a R$ 3,956 para venda. A moeda atingiu máxima, até agora, de R$ 3,959 durante a sessão. Na véspera, a divisa havia fechado em alta de 0,67%, a R$ 3,904 para venda. A depreciação do real acompanha à de moedas de outros países emergentes, que perdem valor com a queda das commodities e das ações chinesas hoje. O dólar sobe contra 18 entre 24 divisas de emergentes. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em queda de 0,53%, aos 46.823 pontos, após ter caído 0,8% na véspera.
Na China, as Bolsas registraram a maior queda em um mês, puxada pelas ações de companhias de pequeno porte, em movimento de ajuste após três semanas de altas. O índice Shanghai Composite perdeu 3,1%, desvalorização mais intensa desde 15 de setembro. O índice ChiNext, que concentra pequenas empresas, despencou 6,6%, após ter subido 40% desde seu nível mais baixo em setembro.
Enquanto o valor de mercado das ações das grandes empresas estatais que compõem o índice Shanghai Composite equivale a 17 vezes os lucros dessas companhias, essa relação é de 71 dentro ChiNext, indicando que papéis estão sobrevalorizados, segundo números da Bloomberg.
— Nosso mercado interno segue sempre gerando emoções, com adiamento do pedido de impeachment da oposição adiado para hoje, a inflação pressionada e a projeção de déficit maior. Mas, hoje, a parte externa contribui com parte significativa do movimento. Com a queda acentuada dos mercados chineses, todas as moedas emergentes pioraram - disse Italo Abucater, gerente de câmbio da corretora Icap do Brasil. — Agora, pelo menos, estamos em linha com outros emergentes, não descolados.
BOLSAS EUROPEIAS EM ALTA
No mercado europeu, porém, as Bolsas têm pregão de recuperação. O índice de referência do continente Euro Stoxx avança 0,70%, enquanto a Bolsa de Londres sobe 0,50%, a de Paris valoriza-se em 0,78% e a de Frankfurt, em 0,92%.
No mercado brasileiro, as ações da Petrobras caem 1,12% (ON, com direito a voto; R$ 9,69) e 0,62% (PN, sem voto; R$ 8,00). A Vale, que foi um dos destaques negativos do pregão de ontem, se recupera junto com outras mineradoras globais e avança 2,27% (ON; R$ 18,01) e 2,22% (PN; R$ 14,67).
Os bancos operam em alta, com o Banco do Brasil subindo 1,15% (R$ 16,64), o Bradesco avançando 0,88% (R$ 21,69) e o Itaú Unibanco, 0,70% (R$ 27,11).
INVESTIDORES ESPERAM MANUTENÇÃO DOS JUROS
Na agenda doméstica, hoje à noite haverá decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic, que vigorará pelos próximos 45 dias. A maioria dos economistas prevê que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai manter as taxas em 14,25% ao ano.
Também pesa a informação de que, se optar por zerar as pedaladas fiscais ainda este ano, para atender recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU), o governo terá que assumir um déficit no Orçamento superior a R$ 50 bilhões, segundo cálculos dos técnicos. A revisão da meta fiscal de 2015 será encaminhada ao Congresso na quarta-feira, mas ainda estão sendo negociados mecanismos para regularizar os atrasos sem um impacto tão grande no resultado primário do governo este ano.
PRÉVIA DA INFLAÇÃO ACELERA
Entre os indicadores mais importantes divulgados hoje está o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, que ficou em 0,66% em outubro, informou nesta quarta-feira o IBGE. O número veio bem acima da taxa de setembro, que foi de 0,39%, e do mesmo mês de 2014 (0,48%). O índice, porém, ficou um pouco abaixo da previsão dos analistas, que era de 0,68%.
Foi o índice mais elevado para um mês de outubro desde 2002, quando ficou em 0,90%. O acumulado no ano (8,49%) foi o mais alto para o período de janeiro a outubro desde 2003 (9,17%). Em 2014, o acumulado no mesmo período estava em 5,23%. Nos últimos 12 meses, a taxa acumulada ficou em 9,77%, a maior desde dezembro de 2003 (9,86%).

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