quinta-feira, 24 de setembro de 2015

MUNDO: Sobe para 717 o número de mortos em tumulto na Arábia Saudita

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cerca de 863 peregrinos ficaram feridos durante peregrinação perto da cidade de Meca. É a maior tragédia durante o Hajj em 25 anos

Corpos de peregrinos são estendidos fora da cidade de Meca - STRINGER / REUTERS

MINA — Ao menos 717 pessoas que participavam de uma peregrinação morreram em um tumulto perto de Meca, na Arábia Saudita, no primeiro dia do Edi al-Adha (Grande Festa ou Festa do Sacrifício), informaram as autoridades sauditas. Cerca de 863 pessoas ficaram feridas no incidente no vale de Mina, a cerca de cinco quilômetros de Meca, na maior tragédia durante o Hajj — a peregrinação à cidade sagrada — em 25 anos. Em 1990, 1.426 peregrinos morreram em um tumulto num túnel de pedestres superlotado que dá acesso aos locais sagrados.
Nesta quinta-feira, os peregrinos iniciaram o ritual de apedrejamento de satanás no vale de Mina, região Oeste da Arábia Saudita. A prática consiste em lançar sete pedras no primeiro dia do Eid al-Adha contra uma grande pilastra que representa satanás, e no dia seguinte contra três grandes pilastras.
No Twitter, a Defesa Civil saudita afirmou que quatro mil pessoas foram enviadas para o local do tumulto, juntamente com mais de 220 unidades de emergência e resgate. Os feridos estão sendo levados a quatro hospitais da região.
O Irã disse que pelo menos 15 dos seus cidadãos morreram em Mina e acusou a Arábia Saudita, seu inimigo, de erros de segurança em conexão com a tragédia, segundo a agência AFP.
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O Edi al-Adha é um festival muçulmano que ocorre durante o Hajj. É comemorado a partir do décimo dia do mês de Dhu al-Hijjah (no último mês do ano lunar no calendário islâmico), e a festa tem duração de quatro dias.
O Edi é celebrado por muçulmanos de todo o planeta em memória da disposição do profeta Ibrahim (Abraão) em sacrificar o seu filho Ismail conforme a vontade de Deus. Ocorre 70 dias após o Ramadã, mês em que os muçulmanos jejuam entre 6h e 18h.
Não ficou imediatamente claro o que provocou a debandada, mas não é a primeira a ocorrer durante o Hajj. A peregrinação, uma das maiores congregações religiosas do mundo, já foi cenário de vários desastres. Em janeiro de 2006, uma tragédia similar durante o ritual de apedrejamento matou 364 peregrinos.
Membros da Defesa Civil socorrem as vítimas do tumulto na cidade de Mina - Reprodução

O desastre ocorre menos de duas semanas depois de pelo menos 109 pessoas morrerem e 238 ficarem após um guindaste cair na Grande Mesquita em Meca. Segundo a Defesa Civil, o colapso foi causado por uma tempestade com ventos muito fortes.
A Grande Mesquita passava por obras de ampliação desde o ano passado, no intuito de aumentar a estrutura para 400 mil m², podendo acomodar até 2,2 milhões de pessoas. Diante disso, o local estava cercado por guindastes.
As autoridades sauditas se preparam todos os anos para receber os milhões de muçulmanos que convergem a Meca para a peregrinação sagrada, expandindo os locais que recebem os muçulmanos e melhorando o sistema de transporte para evitar acidentes como esse.
Em imagem de julho de 2015, peregrinos se reúnem para rezar na mesquita em meio a obras de ampliação - Ali Al Qarni / REUTERS

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