segunda-feira, 10 de agosto de 2015

POLITICA: Dilma faz apelo a brasileiros para que rejeitem movimento para enfraquecer o governo

GLOBO.COM.BR
POR CATARINA ALENCASTRO - ENVIADA ESPECIAL

No Maranhão, a presidente disse que durante uma crise, é natural que as pessoas fiquem inseguras e apreensivas
A presidente Dilma Rousseff - Ailton de Freitas/28-07-2015 / Agência O Globo

SÃO LUÍS – Na entrega de 2.020 moradias do Minha Casa Minha Vida, a presidente Dilma Rousseff aproveitou para passar o recado de que, apesar da crise, é hora de as pessoas pensarem primeiro no Brasil e depois em seus partidos e projetos pessoais. Dilma disse ainda que está trabalhando diuturnamente para que esse momento de dificuldade, a que voltou a chamar de travessia, passe o mais rapidamente possível. Ela pediu aos brasileiros que não aceitem a teoria de que devem enfraquecer o governo por desgostarem dele e que “repudiem o vale-tudo”.
— Eu trabalho dia e noite incansavelmente para que essa travessia seja a mais breve possível. O Brasil precisa muito, precisa mais do que nunca, que as pessoas pensem primeiro nele, Brasil, no que serve a nação, a população e só depois pensem nos partidos e em seus projetos pessoais. O Brasil precisa de estabilidade para fazer essa travessia. É como numa família. Numa dificuldade, não adianta ficar um brigando um com o outro. É preciso que as medidas sejam tomadas. Ninguém que pensa no Brasil deve aceitar a teoria dos que pensam assim: “Eu não gosto do governo, então eu vou enfraquecer ele”. Quanto pior, melhor? Melhor para quem? — questionou Dilma, completando em seguida com um apelo:
— Quero aproveitar para fazer um apelo aos brasileiros: vamos repudiar sistematicamente o vale-tudo para atingir qualquer governo. Seja o governo federal, o governo dos estados e dos municípios. No vale-tudo, quem acaba sendo atingido pela torcida do quanto pior melhor é a população.
A presidente disse que, durante uma crise, é natural que as pessoas fiquem inseguras e apreensivas, mas rogou para que não fiquem. Ela disse que mesmo durante esse período, o governo não vai abandonar os programas sociais.
— Neste momento estamos, sem sombra de dúvida, passando por um momento de dificuldade. Mas o Brasil é muito mais forte que este momento. Estamos numa travessia. Não estamos parados. É um período de dificuldades? É. Períodos de dificuldade geralmente causam incerteza e apreensão. Não fiquem inseguros nem apreensivos. Esta é uma situação temporária, ela vai passar e vai passar rápido — prometeu.
O evento acabou se transformando num ato de apoio ao mandato de Dilma. Ela recebeu apoio tanto nos discursos de autoridades que falaram antes dela, quanto da plateia. Além dos beneficiários do Minha Casa Minha Vida, militantes de movimentos de moradia estavam presentes. Alguns empunhavam placas de agradecimento e cartazes que diziam: “Aqui é um dos 8% e não me envergonho.” O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), aliado de Dilma, afirmou que todos que estavam ali davam um abraço simbólico na democracia. E disse ser contra qualquer tipo de golpe. A referência indireta foi aos movimentos pró- impeachment que crescem na esfera política e entre movimentos populares.
— Nós aqui do Maranhão defendendo a democracia contra qualquer tipo de golpe instalado no nosso país. Estamos aqui manifestando o que se passa no coração do povo mais pobre deste país. É claro que todos nós somos contra a corrupção. Defendemos a investigação e a punição de quem quer tenha feito coisa errada. Temos que separar as coisas. Com respeito à Constituição, à democracia e às regras do jogo. Estamos aqui num abraço simbólico à democracia, à Constituição e ao governo da presidente Dilma Rousseff — discursou.
Antes dele, o prefeito da cidade maranhense de Caxias, Léo Coutinho (PSB), que também recebeu casas do Minha Casa Minha Vida, encorajou Dilma:
— Siga firme, presidente — falou ao microfone.
O prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda (PTC), foi na mesma linha, só que com viés religioso:
— Deus continue te abençoando. Força, fé, continue sua luta— discursou.
Ao longo de toda a cerimônia, a plateia interrompia várias vezes os discursos para entoar gritos de incentivo, como: “Renova, renova, renova a esperança” e “A Dilma é guerrilheira e da luta não se cansa” e ainda “No meu país, eu boto fé, porque ele é governado por mulher.
A presidente entregou 2.020 moradias em quatro condomínios numa área do entorno de São Luís. Os beneficiários são famílias cuja renda mensal é de até R$ 1.600. As casas têm 43,5 metros quadrados e estão avaliadas em R$ 52 mil. Outras unidades foram entregues simultaneamente no Mato Grosso do Sul, de onde, por teleconferência era transmitido o evento, com a presença do governador Reinaldo Azambuja. No total, o governo entregou em quatro cidades 4.467 residências, atendendo 17 mil pessoas.
Dilma também reclamou da aprovação, pelo Congresso, de matérias que geram mais despesas para o governo, as chamadas "pautas-bombas":
- Não concordamos com nenhuma medida aprovada que leve à instabilidade tanto econômica quanto política do país - disse a presidente, reforçando que repudia medidas que causem "caos nas finanças" dos governos federal, estaduais e municipais.

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