segunda-feira, 10 de agosto de 2015

ECONOMIA: Economistas pioram previsões e agora esperam que inflação de 2015 seja a mais alta desde 2002

OGOBO.COM.BR
POR REUTERS

Projeções para o PIB também foram reduzidas: expectativa é de retração de 1,97% neste ano e estagnação em 2016

RIO - Economistas de instituições financeiras aumentaram suas projeções para a inflação em 2016 e passaram a esperar estagnação do Produto Interno Bruto no ano que vem e uma queda de quase 2% neste ano, mostrou nesta segunda-feira a pesquisa Focus, feita semanalmente pelo Banco Central com analistas. O levantamento mostra que a estimativa para o IPCA subiu de 5,40% de alta de 5,43% do IPCA em 2016 e crescimento econômico nulo. Para 2016, a previsão até a semana anterior era de que houvesse expansão de 0,20%.
Além da perspectiva de crescimento nulo em 2016, o Focus mostrou pela quarta semana consecutiva um aprofundamento na queda do PIB neste ano. Economistas passaram a estimar contração de 1,97% em 2015, contra 1,80% antes. Para o IPCA neste ano, houve elevação de 9,25% para 9,32%, a 17ª seguida semana de alta e a maior desde 2002, quando fechou a 12,53%.
Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na semana passada, o Banco Central disse que a convergência da inflação para o centro da meta em 2016 — de 4,5% pelo IPCA — tem se fortalecido e os riscos são “condizentes com efeitos acumulados e defasados da política monetária”, mas que ainda é preciso manter-se “vigilante em caso de desvios significativos”.
Na última sexta-feira, o IBGE informou que o IPCA acumulado nos primeiros sete meses do ano chegou a 6,83%, o índice mais elevado para o período de janeiro a julho desde 2003 (6,85%). No ano fechado de 2003, o IPCA foi de 9,30%.
Julho viu alguns cortes de estimativas dos economistas sobre a inflação em 2016, movimento que corroborou nos mercados financeiros as expectativas de fim do ciclo de alta dos juros básicos.
Mas a piora das projeções sobre os preços no Focus da semana passada não foi suficiente para levar os economistas a mudarem suas previsões para a política monetária, ainda prevendo que a taxa básica de juros terminará este ano a 14,25%, patamar atual, e o ano que vem a 12%.
No mercado de juros futuros, a curva de DIs já mostra chances majoritárias de nova elevação de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros em setembro, a 14,50%.
Em julho, a autoridade monetária elevou a Selic em 0,50 ponto percentual e sinalizou o término do aperto monetário, mas esse cenário vem sendo colocado em xeque nas últimas semanas devido, entre outros fatores, à alta do dólar sobre o real, que tende a pressionar a inflação. O Focus passou a mostrar a moeda dos EUA a R$ 3,40 no fim deste ano, frente a R$ 3,35 no levantamento anterior. Em 2016, subiu de R$ 3,49 para R$ 3,50.
O dólar mais caro deve favorecer as exportações e levou o mercado a aumentar a projeção para o saldo positivo da balança comercial de US$ 6,40 bilhões para US$ 7,70 bilhões em 2015. Para o ano que vem, o superávit estimado também subiu de US$ 14,79 bilhões para US$ 15 bilhões.
A deterioração das projeções segue a do cenário político que joga mais incerteza sobre a capacidade do governo de controlar as contas e contornar a crise. Para a indústria, a retração prevista pelo Focus também piorou de 5% — patamar em que foi mantida por três semanas — para 5,21%. Ao olhar para 2016, os economistas também reduziram a projeção para o setor de alta de 1,30% para 1,15%.
As mudanças nas estimativas vêm em meio à pior crise política do Brasil desde o governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que tem abalado a já fraca economia e a confiança dos agentes econômicos.

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