sexta-feira, 14 de agosto de 2015

MUNDO: Kerry comanda cerimônia histórica de reabertura da embaixada dos EUA em Havana

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Primeiro secretário de Estado a visitar ilha em 70 anos, diplomata tentará equilibrar demandas de governo e dissidentes
Kerry desembarca em Havana: momento histórico - Pablo Martinez Monsivais / AP

HAVANA/WASHINGTON — Pela primeira vez em70 anos, um secretário de Estado americano visita Cuba. John Kerry comandou em Havana na manhã de sexta-feira a tão aguardada cerimônia de reabertura da embaixada do país, símbolo da retomada de relações diplomáticas entre os dois países. Na capital, ele desafia a própria capacidade de se aproximar do governo cubano e de seus opositores.
A cerimônia começou com a leitura de um poema pelo poeta cubano-americano Richard Blanco, apresentado pelo chefe da Seção de Interesses e possível futuro embaixador, Jeffrey DeLaurentiis.
— Obrigado por se juntarem a nós neste momento tão histórico, 54 anos depois — declarou Kerry.
O secretário de Estado vem acompanhado por uma grande comitiva, que inclui senadores democratas (Patrick Leahy e Amy Klobuchar) e republicanos (Jeff Flake), além de representantes do Congresso e de departamentos econômicos.
— Haverá contratempos pelo caminho, mas o reestabelecimento das relações é o começo de uma nova era — ele declarou antes da visita.
EQUILÍBRIO
Kerry vai ter que mostrar jogo de cintura. Com uma agenda cuidadosamente organizada, ele precisa equilibrar a aproximação entre os dois Estados como os contatos com dissidentes, que reclamam de não terem sido convidados para a cerimônia de hasteamento da banmdeira. Portanto, Kerry acompanhOU o hasteamento com a presença de autoridades do país e decidiu só mais tarde receber vários setores da sociedade cubana em um evento privado na representação.
Em Havana, Kerry não apenas preside a solenidade, mas teM encontros com o chanceler Bruno Rodríguez, as lideranças católicas e um grupo de dissidentes — que questionaram sua exclusão do evento oficial. Berta Soler, líder das Damas de Branco, disse que não irá à recepção.
Funcionários da política externa dos EUA disseram que a medida de restringir convidados para a cerimônia serve para manter um espaço “de governo para governo”.
Público perto da representação diplomática acompanha movimentação com curiosidade e empolgação - ALEXANDRE MENEGHINI / REUTERS

Após os encontros, Kerry volta para casa, mas os diplomatas no local já trabalharão em parcerias econômicas, amparadas por leis que diminuem o efeito do embargo contra Havana.
— Temos relações diplomáticas. Vamos voltar ao trabalho — animou-se Wayne Smith, diplomata aposentado que acompanhou o fechamento da embaixada em 1961.
Já pronta, embaixada americana tem fotos de Obama e Kerry - ADALBERTO ROQUE / AFP

A visita já rendeu críticas do lado republicano. Para um dos principais nomes da oposição, o pré-candidato Jeb Bush, a reabertura "é um presente para Fidel Castro", além de um "símbolo da conivência do governo Obama com o legado do regime" e violações de direitos humanos".
Um dia antes do evento, o ex-líder cubano celebrou seu 89º aniversário e criticou os EUA, exigindo reparações por conta das décadas de bloqueio econômico ao país.
“É devido a Cuba as indenizações equivalentes por danos no valor de milhões de dólares, como denunciou nosso país com argumentos e dados irrefutáveis ao longo de suas intervenções nas Nações Unidas”, escreveu o líder no artigo intitulado "Realidade e Sonhos”, divulgado nos meios oficiais do país.
Fidel, que criticou EUA em seu aniversário, é fotografado em brinde com amigos e aliados sul-americanos - Estudos Revolución / Reprodução

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