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POR MARTHA BECK
No primeiro semestre de 2015, Tesouro Nacional também teve déficit primário de R$ 1,597 bilhão
Governo central tem déficit primário de R$ 8,205 bilhões em junho - Andrew Harrer / Bloomberg
BRASÍLIA - Com receitas em queda e despesas em alta, o governo central (formado por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou um déficit primário de R$ 8,205 bilhões em junho. Esse é o segundo mês consecutivo em que a equipe econômica não consegue poupar nenhum centavo para o pagamento de juros da dívida pública. O resultado de junho é o pior da série histórica do Tesouro, iniciada em 1997.
No período janeiro-junho de 2015, o resultado do governo central também foi um déficit primário de R$ 1,597 bilhão. Essa é a primeira vez que o governo central registra resultado negativo no primeiro semestre do ano.
Segundo relatório divulgado pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira, as receitas da União somaram R$ 81,137 bilhões em junho. Esse valor representa uma queda real de 5% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já no acumulado de 2015, o total arrecadado pelo governo federal foi de R$ 513,301 bilhões – uma redução de 3,3% sobre 2014.
As despesas, por sua vez, continuaram a subir. Em junho, os gastos chegaram a R$ 89,343 bilhões e cresceram 2,1% em relação ao ano passado. No período janeiro-junho, o total de despesas acumulou R$ 514,899 bilhões, o que significa uma alta de 0,5% na comparação com o primeiro semestre de 2014.
O péssimo desempenho das contas públicas levou a equipe econômica a encaminhar ao Congresso um projeto propondo a redução da meta de superávit primário de 2015. Na proposta, a economia do setor público consolidado para o pagamento de juros da dívida pública foi reduzida de R$ 66,3 bilhões, ou 1,19% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país), para R$ 8,7 bilhões, ou 0,15% do PIB.
A meta do governo central baixou de R$ 55,3 bilhões (0,99% do PIB) para R$ 5,8 bilhões (0,1% do PIB). Já a de estados e municípios caiu de R$ 11 bilhões (0,2% do PIB) para R$ 2,9 bilhões (0,05% do PIB).
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