segunda-feira, 27 de abril de 2015

ECONOMIA: Dólar comercial tem quinta queda consecutiva e fecha a R$ 2,922

OGLOBO.COM.BR
POR ANA PAULA RIBEIRO

Na Bolsa de Valores, ações da Petrobras e de exportadoras têm forte desvalorização
- Daniel Acker / Bloomberg News
SÃO PAULO - Com melhor ambiente econômico e a postergação, por enquanto, da alta de juros nos Estados Unidos, o dólar comercial testou nesta segunda-feira o piso de R$ 2,90. Na mínima do pregão, a moeda americana chegou a ser negociado a R$ 2,902, para fechar cotada a R$ 2,920 na compra e a R$ 2,922 na venda, recuo de 1,11% ante o real. Essa é a quinta queda consecutiva. Já o Ibovespa, principal índice do mercado acionário local, registrou queda de 1,87%, aos 55.534 pontos.
Na avaliação de Luciano Rostagno, estrategista do Mizuho Bank, os dados sobre a economia americana, divulgados pela manhã, contribuíram para esse movimento de queda, o que fez a divisa perder valor frente a diversas moedas. No entanto, a queda foi mais intensa no Brasil. O “dollar index”, que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas, cai 0,16%.
— A queda maior aqui está atrelada ao diferencial de juros. Isso atrai o investidor para o Brasil, principalmente para investir em renda fixa, já que os juros no Brasil são elevados — afirmou, lembrando que a queda nesta segunda-feira só não foi maior porque no final do pregão alguns investidores passaram a comprar moeda.
Para Bruno Lavieri, economista da Tendências Consultoria, nos últimos dias a melhora do cenário doméstico ajudou na desvalorização do dólar. Entre as mudanças ocorridas ele cita o discurso convincente do governo federal em relação ao ajuste fiscal, a menor tensão política e a divulgação do balanço da Petrobras. Do lado externo, o entendimento de que o Federal Reserve (Fed, o bc americano) não elevará os juros no curto prazo nos Estados Unidos ajuda nesse movimento.
— Mas essa situação um pouco mais positiva pode ser passageira também. O patamar atual do câmbio representa um piso, mas não dá para dizer que é sólido no médio prazo — avaliou, acrescentando que espera um dólar de R$ 3,06 ao final do ano.
O dólar passou a cair de forma mais consistente após a divulgação do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços. O dado passou de 59,2 pontos em março para 57,8 pontos em abril, segundo o instituto Markit Economics. Embora valores acima de 50 indicam expansão da atividade, os dados mostram uma desaceleração, o que afasta a chance de uma elevação de juros nos Estados Unidos no curto prazo, o que favorece as moedas de países emergentes.
Também há uma menor preocupação com a possibilidade de um calote da Grécia. A expectativa é que o país entre em um acordo com os credores de sua dívida.
Além da contribuição externa, internamente ocorre um ajuste de posições, em que investidores estão desfazendo as posições compradas (quando se aposta na alta da moeda). “Tudo indica que um desmonte de posições compradas em dólar ocorre no mercado doméstico, o que derruba o preço da moeda por aqui”, explica Luciano Copi, analista da Correparti Corretora de Câmbio.
Os investidores também estão de olho na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que ocorre nos dias 28 e 29 de abril. A expectativa é de nova alta na Selic, atualmente em 12,75% ao ano. Também na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, o bc americano) irá divulgar a sua decisão sobre política monetária. A expectativa é que as taxas de juros não tenham elevação neste momento.
PETROBRAS DEIXA IBOVESPA NO NEGATIVO
Já na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o pregão é dominado por um movimento de realização de lucros, em que os investidores vendem ações para embolsar os ganhos recentes. Esse movimento é capitaneado pela Petrobras, que no mês acumula alta de mais de 30%.
— O que ocorre hoje é um pouco de realização de lucros. Além disso, alguns bancos, como o Morgan Stanley, recomendou a venda de papéis da Petrobras — disse Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora, que acrescenta que, embora tenha sido positiva a publicação do balanço da estatal, a companhia ainda tem uma série de desafios pela frente, como reduzir o seu nível de endividamento.
As ações da Petrobras operaram em forte queda nesta segunda-feira, após a alta nos últimos pregões, levando o Ibovespa para o terreno negativo. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) recuaram 5,12%, cotados a R$ 12,58. Já os ordinários (ONs, com direito a voto) tiveram queda de 7,27%, a R$ 13,63.
As empresas exportadoras, que são prejudicadas pela queda do dólar, também registraram perdas nesta segunda-feira. As ações da Suzano caíram 5,53% e as da Fibria recuaram 6,74%. No caso da Gerdau Metalurgia, a queda foi de 6,49%.

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