segunda-feira, 27 de abril de 2015

TRAGÉDIA: Número de mortos em terremoto no Nepal sobe para 3,7 mil

ESTADAO.COM.BR
LISANDRA PARAGUASSU, ENVIADA ESPECIAL / KATMANDU - O ESTADO DE S. PAULO

No 1º dia sem tremores visíveis desde sábado, autoridades do país tentam organizar atendimento às milhares de vítimas da tragédia
KATMANDU - No primeiro dia sem visíveis tremores de terra desde o último sábado, quando foi atingido por um terremoto de 7,8 graus na escala Richter, o Nepal começa a tentar reorganizar a vida e o atendimento às milhares de vítimas nesta segunda-feira, 27. Ainda assustados, os nepaleses se recusam a voltar para casa. Com a infraestrutura do país arrasada, começa a faltar água, alimentos e medicamentos, apesar da ajuda humanitária que continua a chegar. 
Na tarde desta segunda (horário local), o governo nepalês confirmou que o número de mortos passa a 3,7 mil e deve crescer com a chegada das equipes de resgate às pequenas cidades e vilas do distrito de Gorkha, entre Katmandu e Pokara, no epicentro do terremoto. Até agora foram registrados mais de 6,5 mil pessoas feridas, mas essa número ainda não foi atualizado desde o último registro oficial.
TERREMOTO NO NEPAL E ÍNDIA
REUTERS/Navesh Chitrakar
No Nepal, abalado por outro forte tremor hoje, o estado geral é de pânico. Famílias dormem debaixo de marquises, toldos ou tendas feitas de painéis de propaganda e pedaços de madeira






No campo base do Himalaia, trekking que representa uma das principais atrações turísticas do país, já foram confirmadas 20 mortes causadas por avalanches e 220 pessoas ainda estariam desaparecidas. Aviões e helicópteros de busca foram enviados para a região. Durante todo o domingo, helicópteros de resgate sobrevoavam a cidade. 
O último tremor secundário aconteceu há cerca de às 5h da manhã, horário local, 21h no Brasil. Aos poucos, os nepaleses começam a se movimentar pela cidade. Ainda assim, a maior parte ainda não pensa em voltar para casa. O governo decretou feriado nacional e lojas e negócios devem permanecer fechados pelo menos até a terça-feira. 
As principais praças da capital Katmandu estão ocupadas por acampamentos feitos de tendas improvisadas e barracas. Mesmo pequenos espaços, pátios internos de quadras de prédios de apartamento - uma construção comum no país - estão ocupadas. O governo não tem ainda um levantamento do número de pessoas desalojadas e desabrigadas, mas até essa madrugada mesmo nos melhores bairros da capital nepalesa era possível ver pessoas dormindo sobre tapetes ou colchões debaixo de marquises. 
O boato de que um terceiro terremoto, ainda mais forte, poderia acontecer, alimentou o medo. Asha-Lal, um senhor de 63 anos, está desde sábado na praça de Patan Durbar, ao lado de alguns dos principais momentos históricos do Nepal, cuja restauração havia sido concluída há pouco mais de ano, mas foi destruída pelo terremoto. Sozinho, Asha mora em um prédio na frente da praça, mas não teve coragem de voltar para casa ainda. "Ainda não sabemos o que vai acontecer. Moro no quarto andar, tenho medo de não conseguir sair se vier outro (tremor) grande", disse ao Estado. 
O governo nepales se prepara para um colapso do sistema de saúde e pede doações, que tem chegado de várias partes do mundo. Medicamentos, água, alimentos e bolsas para colocar os corpos dos milhares de vítimas são as prioridades no momento. 
* A REPÓRTER VIAJOU A CONVITE DO INTERNATIONAL REPORTING PROJECT (IRP)

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