terça-feira, 17 de março de 2015

CASO PETROBRÁS (LAVA-JATO): Juiz da Lava Jato autoriza depoimento de Duque na CPI da Petrobras

Do UOL, em Brasília
Bruna Borges

Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo
Ex-diretor da Petrobras Renato Duque, preso segunda (16) pela PF
O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da operação Lava Jato na primeira instância, autorizou nesta terça-feira (17) o depoimento do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque na próxima quinta-feira (19) à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga a estatal na Câmara dos Deputados. Duque é apontado por delatores como um dos protagonistas do esquema de corrupção na estatal e foi preso ontem pela PF (Polícia Federal) e está em Curitiba.
Segundo o deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS, o depoimento ocorrerá na Superintendência da PF em Brasília.
Como Duque foi convocado pela comissão, ele é obrigado a comparecer. O ex-diretor é suspeito de receber propina em contratos superfaturados da Petrobras. Duque foi apontado pelos delatores Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, e Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços, como o responsável de negociar e cobrar uma propina de 2% a 3% dos contratos da estatal que seriam destinados a PT, PMDB e PP.
Barusco, que era subordinado a Duque, afirmou em depoimento à CPI na terça-feira (10) que o ex-diretor tratava com o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para o pagamento das propinas.
Duque chegou a ser preso em novembro passado, mas foi solto por uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) com a condição de não deixar o país. O Ministério Público constatou que o ex-diretor movimentou dinheiro em contas na Suiça e enviou para o principado de Mônaco. Como há a suspeita de que o dinheiro é ilícito, o Moro determinou sua prisão novamente.
Em depoimento à Polícia Federal, Youssef afirmou que Duque aplicava "punições" a empresas que atrasavam o pagamento de propina ao alto escalão da estatal.
Duque e Vaccari negam todas as acusações.
CPI da Petrobras
Uma norma da Câmara dos Deputados impede que presos prestem depoimentos na Casa. Por isso, foi necessária a autorização da Justiça para que Duque seja ouvido na PF em Brasília. Alguns deputados defendem a derrubada da norma para que o ex-diretor seja inquirido em audiência aberta na Câmara. O tema será debatido amanhã (18) em reunião com os membos da Mesa.
A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) afirmou que vai entrar com uma representação no Ministério Público pedindo que sejam bloqueados os bens de Vaccari e apreendido seu passaporte.
Vaccari foi denunciado ontem pelo MP. Para a Procuradoria, ele ajudou a intermediar o pagamento de propinas ao PT que por meio de doações à sigla entre os anos de 2008 e 2010. Essas doações somam mais de R$ 4 milhões.

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