segunda-feira, 14 de julho de 2014

MUNDO: Gaza tem 17 mil refugiados e 172 mortos após ataques de Israel

Do UOL

Morte de jovens reacende conflito entre Israel e Palestina96 fotos95 / 96
13.jul.2014 - Seis foguetes J80 são lançados por militares pró-Hamas na Faixa de Gaza (Palestina) para atingir Israel. O governo israelense disse ter invadido uma área da cidade usada pelo Hamas, que servia para o grupo terrorista fazer ataques-  Leia mais - Mohammed Saber/Efe/Epa
Mais de 17 mil pessoas já deixaram suas casas em Gaza e procuraram refúgio junto à ONU após o início da ofensiva israelense na região, segundo a organização. De acordo com autoridades locais, 172 palestinos morreram desde a última terça-feira (8).
O governo de Israel justifica a ofensiva militar como uma retaliação aos ataques contra território israelense a partir da faixa de Gaza. Segundo o governo de Israel, mais de mil foguetes foram disparados pelo grupo palestino Hamas no período. Pelo menos três israelenses ficaram gravemente feridos com os ataques, mas não houve mortes no lado israelense.
Alvos militares
Os ataques na região aumentaram após o sequestro e assassinato de três adolescentes israelenses em junho e, na sequência, a morte de um adolescente palestino em Jerusalém, supostamente por vingança.
A ONU estima que 77% das pessoas mortas em Gaza sejam civis. No entanto, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), tenente-coronel Peter Lerner, contestou os números, dizendo que eles foram baseados em fontes do Hamas e não são objetivos.
Fotos mostram o cotidiano dos moradores da faixa de Gaza
31.mar.2013 - Palestinos praticam parkour na cidade de Khan Younis, no sul da faixa de Gaza. O parkour é um esporte no qual os praticantes fazem saltos e acrobacias utilizando obstáculos da cidade Hatem Moussa/AP
Lerner disse à BBC que Israel chegou a abortar ataques por medo de matar civis.
Israel diz que seus alvos são os militantes do Hamas e "locais terroristas", incluindo as casas dos agentes seniores.
Refugiados
"Não queremos prejudicar os civis em Gaza, mas eles devem saber que permanecer próximo aos terroristas e à infraestrutura do Hamas é extremamente perigoso", informaram as Forças de Defesa de Israel.
O porta-voz da ONU para refugiados palestinos, Chris Gunness, disse no Twitter que a agência tinha dobrado suas vagas para pessoas deslocadas, passando de dez mil para vinte mil.
Enquanto isso, cerca de 800 palestinos que possuem dupla cidadania começaram a deixar Gaza pela passagem de Erez.
Fotos mostram o cotidiano dos moradores de Israe
Turista espalha a lama do Mar Morto pelo corpo, em Israel Menahem Kahana/AFP
No entanto, Sawla el Tibi, moradora de Gaza, disse à BBC que era muito perigoso deixar sua casa. "[Não há] Nenhuma segurança para andar na rua... toda a faixa de Gaza está em chamas agora", disse ela.
O representante da Autoridade Palestina no Reino Unido, Manuel Hassassian, disse à BBC não havia lugares para moradores de Gaza se esconderem.
"Não há abrigos, bunkers, nenhum lugar para ir, exceto suas casas", disse ele. "Se eles saírem de suas casas, serão atingidos na rua."
Na manhã deste domingo, os ataques aéreos israelenses destruíram a maioria das sedes de segurança e delegacias de polícia que eram comandadas por militantes islâmicos do Hamas.
7º dia
Nesta segunda-feira, a operação entrou em seu sétimo dia. Israel afirma que abateu um drone palestino perto Ashdod pela manhã.
Antes, milhares de pessoas haviam fugido do norte de Gaza após militares israelenses lançarem panfletos sobre a cidade de Beit Lahiya avisando sobre ataques iminentes.
Também nesta segunda-feira, segundo a agência de notícias AFP, ataques aéreos israelenses atingiram três instalações de treinamento do braço militar do Hamas e edifícios na cidade de Gaza, causando ferimentos.
Do outro lado, um foguete disparado de Gaza atingiu a infraestrutura de eletricidade em Israel que fornecia energia para Gaza, cortando a energia de cerca de 70.000 pessoas, de acordo com o Exército israelense.
Já o norte de Israel foi atingido por foguetes disparados do Líbano, levando a artilharia de Israel a responder.
Chanceleres árabes devem se reunir no Cairo na segunda-feira para discutir a crise.
Em meio a advertências sobre uma invasão terrestre, Israel tem reunido milhares de tropas na fronteira com Gaza. No domingo, comandos israelenses realizaram sua primeira incursão terrestre, atacando um suposto local de lançamento de foguetes.
Diplomacia
Defendendo as ações de Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse à emissora americana CBS: "Pedimos desculpas por quaisquer mortes acidentais de civis, mas é o Hamas que tem total responsabilidade por essas mortes."
O IDF diz que até o momento atingiu 1.320 localidades "terroristas" em toda a faixa de Gaza, enquanto o Hamas lançou mais de 800 foguetes contra Israel.
Pelo menos três israelenses foram gravemente feridos desde que a violência eclodiu, mas nenhum foi morto pelos ataques.
Um porta-voz do Ministério da Saúde palestino disse que 1.260 pessoas foram feridas em Gaza.
No domingo, a França condenou novamente os ataques de foguetes do Hamas, mas também apelou a Israel para "usar moderação" em sua campanha em Gaza e evitar vítimas civis.
A Alemanha está enviando seu ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, a Israel nesta segunda-feira para conversas com israelenses e palestinos em uma tentativa de ajudar a negociar o fim da violência.
O Conselho de Segurança da ONU pediu um cessar-fogo e o retorno das negociações de paz entre Israel e os palestinos.
Em novembro de 2012, Israel e militantes de Gaza travaram uma guerra de oito dias, que terminou com uma trégua. 
Conheça os pontos da negociação entre Israel e palestinos
Estado palestino Os palestinos querem um Estado plenamente soberano e independente na Cisjordânia e na faixa de Gaza, com a capital em Jerusalém Oriental. Israel quer um Estado palestino desmilitarizado, presença militar no Vale da Cisjordânia da Jordânia e manutenção do controle de seu espaço aéreo e das fronteiras exteriores
Fronteiras e assentamentos judeus Os palestinos querem que Israel saia dos territórios que ocupou após a Guerra dos Seis Dias (1967) e desmantele por completo os assentamentos judeus. Qualquer área dada aos israelenses seria recompensada. Israel descarta voltar às fronteiras anteriores a 1967, mas aceita deixar partes da Cisjordânia se puder anexar os maiores assentamentos. Israel já retirou tropas e população da faixa de Gaza.
Jerusalém Israel anexou a área árabe da Jordânia após 1967 e não aceita a dividir Jerusalém por considerar o local o centro político e religioso da população judia. Já os palestinos querem o leste de Jerusalém como capital do futuro Estado da Palestina. O leste de Jerusalém é considerado um dos lugares sagrados do Islã. A comunidade não reconhece a anexação feita por Israel.
Refugiados Há cerca de 5 milhões de refugiados palestinos, a maioria deles descendentes dos 760 mil palestinos que foram expulsos de suas terras na criação do Estado de Israel, em 1948. Os palestinos exigem que Israel reconheça seu "direito ao retorno", o que Israel rejeita por temer a destruição do Estado de Israel pela demografia. Já Israel quer que os palestinos reconheçam seu Estado.
Segurança Israel teme que um Estado palestino caia nas mãos do grupo extremista Hamas e seja usado para atacar os judeus. Por isso, insiste em manter medidas de segurança no vale do rio Jordão e pedem que o Estado palestino seja amplamente desmilitarizado. Já os palestinos querem que seu Estado tenha o máximo de atributos de um Estado comum.
Água Israel controla a maioria das fontes subterrâneas da Cisjordânia. Os palestinos querem uma distribuição mais igualitária do recurso.

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