segunda-feira, 10 de março de 2014

ECONOMIA: Petrobrás faz megacaptação de dólares no mercado externo

Do ESTADAO.COM.BR
Cynthia Decloedt, da Agência Estado 

Durante a tarde, a demanda pelos papéis da companhia já ultrapassava US$ 22 bilhões; operação deve ser encerrada ainda hoje
SÃO PAULO - A Petrobrás anunciou nesta segunda-feira, 10, uma megacaptação de recursos por meio de emissão de títulos no mercado externo. Segundo cálculos iniciais do mercado, a emissão deveria alcançar entre US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões, podendo superar esse teto. Durante a tarde, porém, fontes disseram que a demanda pelos bônus alcançou US$ 22 bilhões e que, diante desse número, é provável que a operação supere os US$ 10 bilhões no total.
A companhia informou que a emissão externa será dividida em seis parcelas (tranches) e quatro vencimentos de montante benchmark (padrão). Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, as tranches de três anos e seis anos estão sendo emitidas com taxa fixa e flutuante, enquanto as outras tranches têm vencimento em 10 e 30 anos. A operação deve ser fechada ainda hoje.
A emissão tem como coordenadores o Bank of China de Hong Kong (BOCHK), BB Securities, Bradesco BBI, Citi, HSBC e JPMorgan.
Apesar da forte demanda pelos títulos emitidos pela companhia, as ações da Petrobrás registravam queda no pregão. Às 14h30, as ações preferenciais recuavam 2,63% e as ordinárias, 1,93%. O temor gira em torno do custo que a operação terá para a empresa.
Além disso, a captação ocorre em um momento delicado da empresa, em que o mercado levanta dúvidas sobre a situação financeira da companhia. No fim de fevereiro, a Petrobrás anunciou que o lucro do 4º trimestre recuou 19%.
Comentava-se, desde o início do ano, que a Petrobrás optaria por uma emissão no mercado local, por meio de debêntures de infraestrutura, do que dependeria, entretanto, um ajuste na lei 12.431 para que a petroleira pudesse enquadrar uma operação que abrangesse seus vários negócios.
Em maio de 2013, a Petrobrás protagonizou a maior captação de bônus em dólares por uma companhia da América Latina, ao vender US$ 11 bilhões nos mercados internacionais. Também foram seis tranches com prazos entre três e 30 anos, e a demanda naquela ocasião superou os US$ 50 bilhões.
Remuneração. Uma das fontes comentou que os papéis de três anos e 10 anos estão com remuneração bem interessante, enquanto que os de 6 e 30 anos estão saindo no nível "justo", portanto não tão interessantes. A fonte diz ainda que se os papéis de três anos e 10 anos saírem nos níveis indicados, existe chance de ganho potencial de 0,50% no papel de três anos e de 1% a 1,5% no papel de 10 anos no curto prazo.
Segundo fontes, a Petrobrás anunciou que pretende remunerar os títulos de três anos de forma fixa com base nos títulos do Tesouro dos EUA (Treasury) somado a um spread de 260 pontos-base (ou 2,6%) e para a tranche flutuante de três anos, a remuneração terá como base a taxa Libor (taxa de empréstimos entre bancos internacionais que operam em Londres) de três meses somado a spread de 246 pontos-base (ou 2,46%).
Para o título de seis anos com remuneração fixa, a taxa de retorno inicialmente trabalhada é a do Treasury mais spread de 340 pontos-base (ou 3,4%); e para a tranche flutuante, remuneração pela taxa Libor de três meses somada a spread de 298 pontos-base (2,98%). A tranche de dez anos fixa inicialmente tem retorno de Treasury somado a spread de 360 pontos-base (3,6%), enquanto a de 30 anos oferece de início retorno de Treasury mais spread de 370 pontos-base (3,70%), acrescentam as fontes. Todas as tranches são benchmark, o que significa de US$ 500 milhões a US$ 1 bilhão, disse uma fonte.
(Com Reuters)

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