sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

ECONOMIA: Dólar acelera queda e vale R$ 2,37, após dado mais fraco de emprego nos EUA; Bolsa sobe

De OGLOBO.COM.BR
JOÃO SORIMA NETO (EMAIL)
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Importações na China surpreendem e animam investidores, indicando que demanda sustenta crescimento do país
SÃO PAULO - O dólar comercial acelerou a desvalorização frente ao real após a divulgação de números mais fracos de criação de novas vagas de trabalho nos Estados Unidos. Às 12h03m, a moeda americana recuava 0,87% sendo negociada a R$ 2,375 na compra e R$ 2,378 na venda. Na máxima do dia, a divisa foi negociada a R$ 2,398 e na mínima, atingida depois da divulgação do dado americano, bateu em R$ 2,371. O dólar subiu nos últimos quatro dias frente ao real. Além disso, a alta das importações na China trouxe alívio para moedas de países emergentes, entre eles o Brasil, segundo analistas.
- O dado decepcionante de novas vagas nos EUA, menos da metade do que era esperado, faz o dólar devolver os ganhos ante a outras divisas no exterior. Frente a uma cesta de moedas ( dólar index) o recuo é de 0,11%. Na minha avaliação, o dado reduz muito a chance de o Federal Reserve (o banco central americano) fazer nova redução de estímulos na próxima reunião do órgão - diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso.
Em dezembro, o Fed reduziu de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões a compra de títulos.
A economia dos Estados Unidos gerou 74 mil empregos em dezembro, bem abaixo das 197,5 mil vagas esperadas pelo mercado. Foi o menor ganho mensal em três anos. A taxa de desemprego caiu 0,3 ponto porcentual ante novembro, para 6,7%, ante expectativa de manutenção em 7%.
Apesar do alívio temporário do dólar, a tendência, segundo Galhardo, continua sendo de alta frente ao real.
- Mesmo num ritmo mais lento, os estímulos à economia dos EUA terão que ser retirados. No cenário doméstico, as condições da economia - com baixo crescimento e inflação em alta - e o temor de que o rating do país seja rebaixado são fatores de pressão sobre o dólar - diz o gerente da Treviso.
Bovespa abre em alta acompanhando mercado externo
Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o Ibovespa, índice de referência do mercado, está em alta acompanhando a tendência global. Às 12h03m, o índice se valorizava 0,66% aos 49.648 pontos e volume negociado a R$ 1,4 bilhão. Ontem, o Ibovespa caiu 2,48% e perdeu o nível dos 50 mil pontos, fechando no menor nível desde agosto do ano passado.
“As bolsas globais também avançam após as importações na China acelerarem inesperadamente, indicando que demanda sustenta crescimento do país”, diz o analista William Castro Alves, da XP Investimentos em relatório.
Ações de empresas ligadas ao mercado interno, como consumo e construção civil, devem ser impactadas negativamente após o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fechar 2013 com inflação de 5,91%, acima dos 5,84% registrados em 2012. O governo pretendia entregar uma inflação menor que a do ano passado.
- A pressão inflacionária aumenta a chance do Banco Central aumentar a taxa básica de juros em 0,50% (para 10,5% ao ano) na semana que vem -diz um economista de São Paulo.
Entre as principais ações do Ibovespa, Vale PNA sobe 1,26% a R$ 30,32, impulsionada pelo fator China; Petrobras tem alta de 1,14% a R$ 15,88; Itaú Unibanco PN tem valorização de 0,25% a R$ 30,87 e Bradesco PN avança 0,29% a R$ 27,48.
A maior alta do pregão é apresentada pelos papéis preferenciais da Oi, que sobem 7,96% a R$ 4,34. A maior baixa é dos papéis ordinários da Ecorodovias, com recuo de 2,48% a R$ 13,00.
Juros futuros abrem em alta
Com o IPCA acima do esperado, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) começaram o dia em forte alta. A taxa dos contratos de juros com vencimento em janeiro de 2015 subiam de 10,57% para 10,67%. No longo prazo, os papéis com vencimento em janeiro de 2017 tinham alta na taxa de 12,29% para 12,38%.
Importações na China surpreendem
Na China, a balança comercial teve superávit menor que o esperado em dezembro, mas os números de importação vieram positivos. O saldo ficou positivo em US$ 25,6 bilhões em dezembro.
"O consenso do mercado era um superávit de US$ 32,15 bilhões", afirmou Stan Shamu, analista da IG Markets, em relatório.
As importações subiram 8,3%, superando a expectativa de alta de 5% e atingindo a segunda maior leitura nominal já registrada. As exportações cresceram 4,3% ante estimativa de 5%.

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