sexta-feira, 3 de maio de 2013

POLÍTICA: Comissão da Verdade convoca Ustra para depor em Brasília

De OGLOBO.COM.BR
JULIANA DAL PIVA

Coronel reformado, no entanto, não garantiu que irá comparecer
RIO - O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do Destacamento de Operações Internas de São Paulo (Doi-Codi-SP), foi convocado pela Comissão Nacional da Verdade para prestar depoimento na próxima sexta-feira 10. O militar deverá comparecer na sede da CNV, no Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília às 11 horas da manhã. A informação foi divulgada por ele no site do seu livro “A verdade sufocada” e confirmada por assessores da comissão.
Ustra, no entanto, não garantiu que irá comparecer. “O Coronel Ustra colocou "ciente" e rubricou”, escreveu no site. De acordo com a comissão, o militar precisa comparecer à convocação sob pena de responder pelo crime de desobediência. O ofício foi entregue ao coronel no dia 26 de abril por dois policiais federais e tinha assinatura do coordenador da CNV, Paulo Sérgio Pinheiro.
- Ele poderá ficar calado, mas não pode faltar. Se ele não vier e a comissão desejar pode até pedir que a Polícia Federal o conduza coercitivamente - afirmou um assessor .
Também nesta semana, o Ministério Público Federal em São Paulo denunciou Ustra por ocultação do cadáver do militante da A de Medicina Hirohaki Torigoe, de 27 anos, morto no dia 5 de janeiro de 1972.O delegado aposentado Alcides Singillo, que atuou junto ao Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops-SP), também foi denunciado. Ustra, que comandou o Doi-Codi-SP entre 1970 e 1974, já havia sido denunciado outras duas vezes. O GLOBO não conseguiu localizar o coronel Ustra e seu advogado Paulo Esteves não retornou aos contatos da reportagem.
Torigoe foi militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), mas participava de um grupo dissidente chamado Molipo (Movimento de Libertação Popular) na ocasião da sua morte. A mais recente iniciativa para localizar os restos mortais de Torigoe foi feita este mês, com uma investigação da Equipe de Antropologia Forense da Argentina sobre 23 das mais de 1.040 ossadas descobertas na vala clandestina do cemitério Dom Bosco, em Perus, em 1990. Os restos mortais não foram localizados nesse lote
Ontem integrantes da Comissão Nacional da Verdade e da Comissão Estadual da Verdade do Rio anunciaram em coletiva de imprensa que farão uma audiência pública no próximo sábado para ouvir militares que foram perseguidos pela repressão. O evento acontece no Rio de Janeiro, de 10h às 17h30, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa. Estarão presentes Rosa Cardoso, membro da CNV, Wadih Damous, coordenador da Comissão Estadual da verdade e o presidente do Instituto João Goulart, João Vicente Goulart.

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