quinta-feira, 4 de abril de 2013

MUNDO: Governo espanhol se preocupa com imagem do país após indiciamento de princesa

De OGLOBO.COM.BR
COM AGENCIAS INTERNACIONAIS

Ministro das Relações Exteriores pede que caso seja resolvido rapidamente
A princesa Cristina deixa sua casa, de carro, em Barcelona, nesta quinta-feira - QUIQUE GARCIA / AFP
MADRI - Em uma monarquia já desgastada pelos tropeços de membros da realeza, o indiciamento da princesa Cristina, filha do rei Juan Carlos, causou ainda mais preocupação ao governo da Espanha. O ministro das Relações Exteriores, José Manuel García Margallo, pediu que o processo seja resolvido com rapidez, já que afeta a imagem do país. De acordo com o juiz responsável pelo caso, uma série de indícios sugere a participação da infanta em um escândalo de corrupção financeira envolvendo seu marido, Iñaki Urdangarin.
Após afirmar que o governo sempre respeitou as decisões judiciais, o ministro disse lamentar o indiciamento da princesa:
- Qualquer coisa que afete uma instituição que foi fundamental na transição espanhola e que é capital para o prestígio da Espanha no exterior causa enorme preocupação ao governo - afirmou Margallo.
A princesa deverá prestar esclarecimentos ao juiz José Castro, responsável pela instrução do caso, no próximo dia 27. O promotor anticorrupção das Ilhas Baleares afirmou que vai recorrer contra o indiciamento de Cristina. O juiz, no entanto, afirmou que o recurso não deve paralisar o processo ou impedir o depoimento da princesa.
Urdangarin e seu sócio Diego Torres são acusados de terem usado a entidade sem fins lucrativos para conseguir contratos milionários com os governos das Ilhas Baleares e com a Comunidade Valenciana, sem participar de qualquer tipo de licitação pública. O juiz José Castro considerou a princesa uma peça-chave para a obtenção dos contratos.
De acordo com o juiz, a princesa fazia um papel de “figuração útil”, isto é, “aparentava que todas as operações do Instituto Nóos eram conhecidas e tinham o respaldo da casa de Sua Majestade”. O objetivo do indiciamento, segundo ele, está em consonância com a mensagem de Natal do rei, de que a “Justiça é igual para todos”.
As críticas não afetam somente a princesa. Dois antes antes do indiciamento, todos os partidos da Câmara dos Deputados, com a exceção do majoritário Partido Popular, exigiram explicações da Casa Real sobre a herança de € 2,25 milhões, depositados em contas na Suíça, que o monarca teria recebido, há 20 anos, de seu pai, revelada no domingo pelo jornal “El Mundo” - até então, acreditava-se que ele tinha morrido pobre.
No ano passado, o rei Juan Carlos também foi alvo de polêmica por seu safári em Botsuana, que lhe rendeu uma fratura no quadril e uma enxurrada de críticas por gastar dinheiro com caça a elefantes no auge da crise econômica no país.

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