quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

ECONOMIA: BC prevê aumento de 5% para a gasolina este ano

De OGLOBO.COM.BR

Em ata, Copom identifica reajuste como possível choque para a inflação
BRASÍLIA - O Banco Central acredita que haverá um reajuste no preço da gasolina de cerca de 5% para o ano de 2013 e identificou esse fator como possível choque para a inflação na Ata, divulgada nesta quinta-feira, da 172ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a Taxa Selic em 7,25%, seu menor patamar histórico. Segundo a autoridade monetária, os riscos para a inflação pioraram no curto prazo, apesar do recuo previsto pela redução de cerca de 11% na tarifa de eletricidade para as famílias.
Na semana passada, o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Antonio Henrique Silveira, havia dito que considerava “plausível” um reajuste de cerca de 7% para compensar o preço da gasolina no país em relação ao do mercado internacional.
Na Ata, o BC destacou que uma maior dispersão no aumento de preços ao consumidor junto com a reversão de isenções tributárias, pressões sazonais e do segmento de transportes contribuíram para que a inflação permaneça “resistente”. O Copom ressaltou também que a recuperação da atividade doméstica foi menos intensa do que o esperado. Diante disso, decidiu por unanimidade manter a taxa Selic em 7,25% ao ano. E, como estratégia para fazer a inflação convergir para a meta estabelecida pelo governo, vê a manutenção da estabilidade das condições monetárias por um período prolongado.
O BC reiterou que a inflação de 2012, em 5,84%, manteve-se pelo nono ano consecutivo no “intervalo de tolerância estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A autoridade monetária afirmou que a inflação de serviços segue em níveis elevados e que há pressões nos preços no segmento de alimentos e bebidas. Os preços do grupo de alimentos e bebidas, “ainda sensibilizado por fatores climáticos, externos e domésticos”, segundo o BC, teve alta de 1,03% em dezembro. Em 12 meses, a variação é de 9,86%, contra 7,19% em 2011. Já os preços dos serviços subiram 0,98% em dezembro e 8,75% em doze meses frente a 9,01% em 2011.
Quanto à política fiscal, o BC considerou uma geração de superávit primário de R$ 155,9 bilhões em 2013, e um resultado em torno de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) em 2014. A autoridade monetária considerou, ainda, a manutenção da taxa de câmbio em R$ 2,05 e da taxa Selic em 7,25%. “Nesse cenário, a projeção para a inflação de 2013 aumentou em relação ao valor considerado na reunião do Copom de novembro e se posiciona acima do valor central de 4,5% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)”.
No texto, o Copom destacou as “mudanças estruturais significativas” que ocorreram na economia brasileira, que possibilitaram o recuo das taxas em geral: a redução dos prêmios de risco, aprofundamento do mercado de crédito e geração de superávits primários, além do aumento de oferta de poupança externa.
O BC disse identificar um “recuo na probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais”, mas que o ambiente externo permaneceria complexo. Destacou, porém, que o ritmo de atividade econômica tem se intensificado nos países emergentes. E ponderou que a recuperação da atividade doméstica foi mais lenta do que se antecipava e que isso se deve essencialmente a limitações no campo da oferta: “Dada sua natureza, portanto, esses impedimentos não podem ser endereçados por ações de política monetária, que são, por excelência, instrumento de controle da demanda”, disse.
“A demanda doméstica continuará a ser impulsionada pelos efeitos defasados de ações de política monetária implementadas recentemente, bem como pela expansão moderada da oferta de crédito”, segundo a ata.
Segundo o Copom, a atividade doméstica será favorecida pelas transferências públicas e pelo “vigor” do mercado de trabalho”.

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