quinta-feira, 6 de setembro de 2012

ECONOMIA: Plano de compra de títulos soberanos na Europa faz Ibovespa subir

De OGLOBO.COM.BR

Presidente do Banco Central Europeu (BCE) anunciou plano para baixar juro de empréstimos a países em dificuldades. Mercados globais sobem. Dólar vale R$ 2,04
SÃO PAULO - O anúncio do programa de compra de títulos soberanos de países em dificuldades financeiras feito pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, anima os investidores e as principais Bolsas do mundo operam em alta nesta quinta-feira, incluindo a Bolsa de Valores de São Paulo. Dados mais positivos da economia americana também colaboram para o otimismo. Por volta de 12h05m, o Ibovespa, índice de referência do pregão brasileiro, subia 1,56% aos 57.748 pontos. No mesmo horário, o dólar operava em queda de 0,14% frente ao real, sendo negociado a R$ 2,035 na compra e R$ 2,037 na venda.
Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, Vale PNA sobe 2,11% a R4 33,25; Petrobras PN tem ganho de 1,94% a R$ 21,00; OGX Petróleo ON avança 2,59% a R$ 6,32; Itaú unibanco PN ganha 2,73% a R$ 32,37 e PDG Realty ON se valoriza 1,58% a R$ 3,86.
Na Europa, as Bolsas operam com altas expressivas, refletindo o anúncio do plano. O índice Ibex da Bolsa de Madri sobe 4,89%; o Dax, da Bolsa de Frankfurt, tem ganho de 2,77%; o Cac, de Paris, avança 2,81% e o FTSE, do pregão de Londres, tem alta de 2,06%. Nos EUA, os principais índices também apresentam ganhos. O S&P 500 sobe 1,78%; o Dow Jones se valoriza 1,75% e o Nasdaq tem alta de 1,71%.
O programa de compra de títulos do governo dos 17 países da zona do euro foi chamado de Transações Monetárias Diretas. Os países que desejarem que o BCE compre seus títulos soberanos devem pedir oficialmente ajuda dos fundos de resgate da Europa, segundo o pronunciamento do presidente do BCE. Também devem aceitar as condições de política orçamentária "duras e eficientes". Serão adquiridos títulos de 1 e 3 anos anos, sem limites.
- Vai ser um suporte completamente eficaz - disse o presidente do Banco Central Europeu (BCE) sobre o programa, que tem como objetivo reduzir o custo (juros) cobrados nos empréstimos. Tanto Itália quanto Espanha vinham pagando altas taxas para vender seus títulos no mercado. O risco é que esses países, que são a quarta e a quinta economias da Europa, respectivamente, pudessem ‘quebrar’ pagando juro tão alto.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai monitorar o cumprimento pelos governos das condições acertadas.
Além do anúncio do plano, o BCE manteve o juro inalterado em 0,75% ao ano, assim como o Banco da Inglaterra manteve a taxa em 0,5% ao ano.
Draghi anunciou o plano no mesmo dia em que se confirma a contração no Produto Interno Bruto (PIB) dos países da zona do euro. O PIB encolheu 0,2% no segundo trimestre na comparação com o primeiro trimestre e caiu 0,5% em relação ao segundo trimestre de 2011, de acordo com a agência de estatísticas Eurostat.
O PIB da Alemanha, maior economia da zona do euro, subiu 1% no segundo trimestre, na comparação anual e teve alta de 0,3% ante o primeiro trimestre de 2011. A França, segunda maior economia do bloco, apresentou estabilidade do PIB na comparação com o trimestre anterior e teve alta de 0,3%, na anual. O PIB da Espanha contraiu-se 0,4% em relação ao primeiro trimestre e caiu 1,3% ante o segundo trimestre de 2011. Já a economia da Itália apresentou contração de 0,7% em relação ao primeiro trimestre e caiu 2,5% na anual.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), divulgou sua ata e confirmou 'parcimônia' na condução de movimentos de 'flexibilização monetária'. O comitê entende que a perspectiva moderada para a atividade econômica mundial permanece inalterada. A ata aponta como favoráveis as perspectivas para a economia brasileira neste e nos próximos semestres. Em relação à inflação, o Copom aponta que, em 12 meses, o IPCA segue a trajetória de meta, porém "de forma não linear".
Para o sócio gestor do banco Modal, Luiz Eduardo Portella, o Copom pode baixar a Selic em 0,25 ponto percentual na reunião de outubro, se os sinais de aquecimento da economia não forem mais fortes. Mas na avaliação de Portella o ciclo de baixa de juros já está encerrado.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o Indice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) desacelerou para 1,29% em agosto, frente aos 1,52% registrados em julho. O mercado previa 1,20% para o índice. Em 12 meses, o IGP-DI acumula alta de 8,04% e, no ano, de 6,52%.
Além do plano de resgate na Europa, dados mais positivos da economia americana animam as Bolsas dos EUA. Foram criadas 201 mil vagas de trabalho pelo setor privado em agosto, excluindo o setor rural, de acordo com a Automatic Data Processing (ADP) e pela Macroeconomic Advisers. O dado surpreendeu e veio acima do esperado pelos analistas, que previam a criação de 143 mil vagas. Também nos EUA, os pedidos semanais de auxílio desemprego se retraíram em 12.000 para 365.000. O mercado projetava 370.000.
Na Ásia, os pregões fecharam em alta à espera da fala de Draghi, mas com poucos negócios mostrando a cautela dos investidores. Na Bolsa de Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,3%. Na China, o índice Xangai Composto subiu 0,7%, enquanto o Shenzhen Composto avançou 1%. Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou praticamente estável, com alta de 0,01%.

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