Da FOLHA.COM
VALDO CRUZ /
NATUZA NERY,
DE BRASÍLIA
A equipe econômica prometeu à direção da Petrobras definir, até o próximo
mês, o percentual de reajuste de combustíveis reivindicado pela estatal e quando
ele entrará em vigor.
Segundo a Folha apurou, a decisão de conceder o aumento já conta com o
aval do Palácio do Planalto.
Falta definir exatamente o percentual, que deve ser de 10% para a gasolina na
refinaria, mesmo valor do reajuste de outubro de 2011.
A expectativa é que comece a vigorar imediatamente e que não seja repassado
integralmente ao consumidor.
A ala política do governo tem defendido, porém, um adiamento estratégico para
depois das eleições municipais, diante do receio de impacto negativo para os
candidatos da base aliada. O Planalto ficou de dar uma palavra final após a
Rio+20.
A promessa do reajuste foi repassada à presidente
da Petrobras, Graça Foster, antes da aprovação do plano
de investimentos da estatal, de US$ 236,5 bilhões até 2016 --5,2% mais do
que o anterior, que previa investimentos de US$ 224,7 bilhões entre 2011 e 2015.
Graça já havia avisado
à presidente Dilma que o congelamento de preço dos combustíveis estava
afetando a geração de caixa da empresa e comprometendo sua capacidade de
investimentos.
O Conselho de Administração aprovou, na semana passada, um aumento pequeno
nos investimentos. Ao elaborar o plano, a estatal embutiu nos cálculos reajuste
de 15% nos combustíveis.
Técnicos não acreditam, porém, que o governo venha a autorizar um aumento
dessa ordem no próximo mês. O percentual tido como mais realista é de 10%, que
não deve ser repassado totalmente para os consumidores.
CIDE
Oficialmente, o governo não confirma a decisão de conceder o reajuste, cuja
possibilidade foi admitida anteontem pelo ministro Edison Lobão (Minas e
Energia) - o que teve impacto positivo na valor das ações da Petrobras.
Para evitar que o aumento seja repassado ao consumidor final, o governo pode
se valer, novamente, da estratégia de reduzir o percentual da Cide (contribuição
destinada a regular o preço dos combustíveis) que incide sobre o valor da
gasolina e do diesel.
O espaço para essa manobra está cada vez menor. Hoje, para reajustar o preço
da gasolina em 8% sem repassá-lo ao consumidor final, o governo teria de zerar a
cobrança da Cide sobre o combustível. No caso do diesel, o reajuste máximo seria
de 4%.
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