De OGLOBO.COM.BR
Mercados acompanham reunião de líderes europeus e
esperam medidas de estímulo às economias da zona do euro
RIO e SÃO PAULO - Após o dólar atingir a máxima de R$ 2,106 nesta manhã, o
Banco Central realizou mais um leilão de contratos de swap cambial, o que
equivale a vender moeda americana no mercado futuro. Após o anúncio do leilão,
que aconteceu entre 12h15m e 12h30m, o dólar passou a operar com desvalorização.
Por volta de 12h40m, a divisa caía 0,48% cotada a R$ 2,068 na compra e R$ 2,070
na venda. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo
(Bovespa), acompanha o movimento dos pregões europeus e americanos e opera em
queda nesta quarta-feira. Por volta de 12h34, o índice caía 1,77% aos 54.065
pontos.
O Banco Central informou que vendeu 26.400 contratos de swap cambial dos 80
mil ofertados na operação realizada entre 12h15m e 12h30m, o que corresponde a
um volume financeiro de aproximadamente US$ 1,309 bilhão. Na terça, a autoridade
monetária também fez dois leilões de swap cambial, mas o dólar fechou o dia em
alta de 1,66% cotada a R$ 2,078 na compra e R$ 2,080 na venda. Foi a maior
cotação desde maio de 2009, quando a moeda americana fechou a R$ 2,109. No ano,
o real recua 11% frente ao dólar. É a maior queda em uma cesta de 16 moedas.
Os investidores acompanham a reunião dos líderes europeus em Bruxelas e estão
menos otimistas de que sejam anunciadas medidas de estímulo ao crescimento
econômico da região. O mercado também espera um posicionamento dos líderes sobre
a Grécia. Na terça-feira, Lucas Papademos, ex-primeiro-ministro da Grécia,
admitiu pela primiera vez a posssibilidade de o país abandonar o bloco econômico
e a moeda única, o euro. Ele disse que a Grécia já estava preparada para esta
saída.
Depois, em entrevista à rede de televisão americana “CNBC”, Papademos negou a
existência de um plano para que a Grécia deixe o euro. Mas as declarações não
foram suficientes para aplacar o temor dos investidores. O medo crescente de que
a Grécia abandone o euro provocou perdas de pelo menos US$ 4 trilhões nos
mercados mundiais, neste mês de maio, segundo a Bloomberg.
O euro caiu para o seu nível mais baixo frente ao dólar desde julho de 2010 e
está sendo negociado a US$ 1,258, uma desvalorização de 0,63%. Os investidores
estão buscando o dólar e os bônus do governo da Alemanha, que ofereceram as
menores taxas de juros num leilão de títulos de dois anos feito nesta
quarta.
Veio da Itália outro indicador negativo: a confiança do consumidor caiu ao
nível mais baixo em maio desde o início da série, em 1996, segundo dados do
instituto nacional de estatísticas, o Istat. O indicador ficou em 86,5, do dado
revisado de 88,8 em abril, que já havia sido o menor registrado.
As bolsas europeias ampliaram as perdas nesta manhã, após três pregões de
alta. O índice Ibex, da Bolsa de Madri, perde 3,32%; o Dax, da Bolsa de
Frankfurt, se desvaloriza 2,37%; o Cac, do pregão de Paris, tem queda de 2,59% e
o FTSE, da Bolsa de Londres, cai 1,76%. Os índices acionários dos Estados Unidos
também abriram o pregão desta quarta-feira em baixa. Há pouco, o Dow Jones caía
1,22%, o S&P 500 perdia 1,14% e o Nasdaq recuava 1,12%.
Nos EUA, o índice de vendas de imóveis novos apresentou alta de 3,30% em
abril, contra queda anterior de 7,3% e acima do projetado pelo mercado - 2,1% -
para o período. Mas o mercado analisa relatório do Congressional Budget Office
alertando que se os cortes de impostos da era Bush não forem prorrogados e for
efetivado o corte orçamentário de US$ 1,2 trilhão a partir de janeiro, a
economia americana deverá entrar em recessão, com o PIB anualizado do primeiro
semestre de 2013 caindo -1,3%.
A divulgação de que as exportações do Japão cresceram menos do que o esperado
e que o Banco Central japonês não propôs novas medidas de estímulo à economia
também ajudam a trazer de volta a aversão ao risco.
Na Ásia, após dois pregões de recuperação, as Bolsas voltaram a cair nesta
quarta, impactadas pela possibilidade de a Grécia deixa a zona do euro. Na Bolsa
de Hong Kong, o índice O Hang Seng caiu 1,3%. Na China, o índice Xangai Composto
caiu 0,4% enquanto o Shenzhen Composto ficou estável, aos 954 pontos. A Bolsa de
Tóquio, no Japão, caiu ao seu menor nível em mais de quatro meses. O índice
Nikkei caiu 2%.
Leia também: Lançamento de um eurobônus comum a todos os países do bloco também será discutido durante a reunião.
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