sexta-feira, 23 de setembro de 2011

COMENTÁRIO: Brasil se preparou para momentos de maior turbulência

Por MIRIAM LEITÃO - O GLOBO


A situação lá fora está difícil. As bolsas de valores da Europa abriram em alta hoje, mas agora estão despencando. O ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, admitiu um calote de 50% da dívida ou uma moratória desordenada, o que seria pior, segundo um jornal local.
A boa notícia é que o Brasil se preparou para momentos de maior turbulência. O BC tomou decisões muito acertadas nos últimos tempos. Quando o dólar estava caindo bastante, tentou evitar que se repetisse a situação de 2008, quando empresas, que estavam endividadas em moeda americana e apostando na sua queda, tiveram problemas porque o dólar subiu rapidamente.
O BC, agora, estabeleceu limites para essas posições no mercado futuro e obrigou empresas e bancos a fornecer informações ao governo, que hoje tem um controle maior da situação.
O dólar sobe quando há momentos de pânico, como agora. Todo mundo corre para a moeda americana. Hoje, o BC tem US$ 150 bilhões a mais de reservas do que tinha em 2008. Se houver um travamento do crédito, isso afeta diretamente empresas que têm dívidas em dólar e o crédito interno, como ocorreu em 2008.
O BC tem hoje uma quantidade gigante de recolhimento compulsório, aquele dinheiro que os bancos são obrigados a recolher ao BC; as instituições têm de colocar parte do que depositamos. Em momentos de dificuldades, o governo pode reduzir o recolhimento compulsório, colocando mais dinheiro em circulação.
O BC se preparou para esse momento; mas quando o dólar sobe muito e bruscamente, acaba pegando todo mundo no contrapé. Quem viajou e fez compras no cartão de crédito, terá de se preparar, porque a fatura virá salgada. Quem tem uma viagem para fazer terá de gastar menos, tomar mais cuidado.

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