terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

SEGURANÇA: Testemunha de processo contra fundador da Gol é baleada

Do blog do NOBLAT
Vannildo Mendes, O Estado de S. Paulo
Testemunha chave contra o empresário Nenê Constantino, fundador da Gol Linhas Aéreas - acusado de mandar matar um líder comunitário e atentar contra a vida do genro - o ex-empregado João Marques dos Santos sofreu atentado a bala e está internado num hospital de Brasília sob proteção policial.
Santos havia confessado participação nos dois crimes, supostamente a mando do patrão e tem depoimento marcado para o próximo dia 1º de março no Fórum de Taguatinga, unidade administrativa do Distrito Federal.
Ele foi atingido por três tiros - dois na barriga e um na perna - na última sexta-feira, na porta de casa, em Águas Lindas (GO), cidade do entorno do Distrito Federal. Os agressores ainda não foram capturados.
A polícia e o Ministério Público investigam se o atentado foi cometido a mando do empresário, como apontam os primeiros indícios. Testemunhas e familiares disseram que o ex-empregado de Nenê vinha sofrendo ameaças nos últimos dias para mudar o depoimento.
Ouvido hoje pelo promotor Bernardo Urbano, Santos disse que o autor dos disparos seria o policial civil Nogueira, afastado das funções por envolvimento em crimes. Ele estava hospedado na casa de um comerciante de Águas Lindas, Reginaldo Costa.
Há duas semanas, Nogueira e Reginaldo fizeram-lhe uma visita ameaçadora em companhia de Vanderlei Batista da Silva, capataz de Nenê e também réu no processo do atentado contra o genro do empresário.
Na ocasião, segundo relato de Santos, o capataz lhe perguntou de forma incisiva se não iria mudar o depoimento do dia 1º. Ele disse que não. Na última sexta-feira, Nogueira foi de novo à casa de Santos, na caminhonete F-200 pertencente a Reginaldo, dirigida por um terceiro, ainda não identificado. Santos saiu à porta com o filho caçula no colo e, ao colocá-lo no chão para conversar, foi atingido pelo primeiro disparo. Ele tentou correr, mas foi atingido por mais dois tiros e tombou.
Apesar da gravidade dos ferimentos, Santos está fora de perigo e será incluído no programa de proteção a testemunhas. Ele está internado com nome falso por medida de segurança.
O depoimento do dia 1º deve ser mantido e desperta muito interesse dos investigadores porque Santos admitiu que fazia serviços de pistolagem para Nenê há vários anos. Ele disse ter participado de oito assassinatos, entre os quais o do líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, morto com três tiros em outubro de 2001.
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Testemunha de processo contra fundador da Gol é baleada em Brasília

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