terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

MUNDO: Governo Kadafi confirma 300 mortos desde o início da revolta na Líbia

De O Globo
Com Agências internacionais

TRÍPOLI - O regime líbio reconheceu nesta terça-feira que 300 pessoas morreram nos confrontos dos últimos dias em várias cidades do país, sendo 189 civis e 111 membros das forças de segurança. É o primeiro balanço do governo do ditador Muamar Kadafi desde que a revolta popular contra suas mais de quatro décadas no poder começou, há uma semana.
Os números - divulgados pelo Ministério do Interior segundo o jornal espanhol "El País" - são menores que os estimados até aqui por entidades e pessoas não ligadas ao governo e não dão detalhes sobre em que cidades as mortes aconteceram.
Em vídeo, as reações ao discurso de Kadafi nas ruas
Lista de militares, membros do governo e diplomatas que desertaram
ONGs líbias no exterior falam em pelo menos 400 vítimas, enquanto Ibrahim Dabbashi, que renunciou ao cargo de vice-embaixador de Kadafi na ONU, disse que a quantidade de mortos pode passar de 800. A Human Rights Watch confirmou, na segunda-feira, 233 mortes.
A violência não dá pistas de que vai retroceder na Líbia. Na TV, Kadafi usou um tom ameaçador e advertiu que "limparia a Líbia casa por casa" se os manifestantes não deixassem as ruas.
O jornal "Quryna" advertiu para o avanço de milhares de soldados em Sabratah, ao leste de Trípoli, em represália a ataques contra prédios do governo. Na capital, militantes aliados ao ditador atiraram para o alto ao longo do inflamado discurso de Kadafi. No distrito de Fashlum, moradores já estariam fazendo barricadas para conter ataques.
No leste do país, as informações - não confirmadas - são de que opositores controlam várias cidades e campos de petróleo. Metade da costa líbia estaria sob o domínio de manifestantes antigoverno, desde a fronteira com o Egito até a cidade de Ajdabiya, um importante polo de produção petrolífera. Conselho de Segurança condena repressão
O Conselho de Segurança da ONU condenou nesta terça-feira o uso de violência na Líbia e apelou para que os responsáveis pelos ataques a civis sejam punidos.
Liga Árabe anuncia a suspensão da Líbia nas reuniões da entidade
Merkel diz que discurso de Kadafi foi assustador e defende sanções
O chamado foi feito em comunicado aprovado pelos 15 países membros do Conselho, presidido este mês pelo Brasil, depois de uma reunião sobre os confrontos e a repressão no país africano. A nota é apenas uma declaração à imprensa, e não tem caráter de resolução ou declaração presidencial.
O texto do Conselho de Segurança exige a suspensão imediata da violência na Líbia e que o governo dê passos para atender às demandas do povo líbio.
Brasileiros devem deixar Benghazi até quinta-feira
Até quinta-feira, os 123 brasileiros que estão na cidade de Benghazi serão retirados, de navio. A afirmação é do embaixador do Brasil na Líbia, George Ney Fernandes. Segundo ele, as negociações com as forças rebeldes já foram feitas, a fim de que a embarcação atraque no porto de Benghazi.
Custeado pela empresa de engenharia Queiroz Galvão - que emprega o grupo de brasileiros -, o navio levará também 58 portugueses a um país europeu, que o embaixador preferiu não mencionar, por razões de segurança. Ele, entretanto, citou Itália, Grécia e Turquia como possibilidades.
Os demais brasileiros, que residem na capital Trípoli, também serão retirados, até o final da semana, por meio de dois navios. Eles serão levados a um país europeu, ainda não revelado pelo embaixador.

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