quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

MUNDO: Opositores pressionam Kadafi avançando rumo a Trípoli e mais mortes são registradas em confrontos

De O Globo
Com Agências internacionais

RIO - Após tomarem novas cidades no oeste da Líbia, onde Muamar Kadafi está entrincheirado em Trípoli, manifestantes de oposição avançam em direção à capital e enfrentam as forças de segurança leais ao ditador líbio. Em novos confrontos, pelo menos 23 pessoas morreram e 44 ficaram feridas nesta quinta-feira em Zawiya, segundo o jornal "Quryna", ligado a um dos filhos do ditador. O diário afirma que o número de mortos deve subir já que tiroteios impedem que vítimas sejam levadas a hospitais da cidade, que tem um terminal petrolífero, fica a 50 quilômetros da capital e é uma das que teriam sido dominadas por rebeldes.
Kadafi voltou a discursar na TV , afirmando que Osama bin Laden está por trás do levante na Líbia.
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Com o país dividido entre o leste - praticamente todo dominado por opositores - e o oeste - onde o ditador
resiste em Trípoli à pressão popular para deixar o poder - o governo da Líbia exigiu nesta quinta-feira que os rebeldes entreguem suas armas e ofereceu dinheiro em troca de informações que levem à prisão de líderes da revolta. O regime também convocou os milhares de mercenários no país para se unirem na defesa da capital.
Em outra reação à pressão crescente, o filho do ditador Saif al-Islam afirmou que as informações sobre o número de mortos na repressão à revolta foram exageradas. Saif também negou que o governo tenha usado bombardeios aéreos contra os opositores.
Depois de tomar cidades estratégicas como Zuara e Sabratha, rebeldes avançam nesta quinta pela estrada que liga o posto fronteiriço de Ras el Adjir a Trípoli e lutam para conquistar outros enclaves, como Al Mayag e Al Mashashita, que estão a menos de 50 quilômetros da cidade, informam o jornal "El País" e a rede al-Jazeera.
- Há uma grande presença militar. Eles estão revistando todo mundo em postos de controle. Eu vi cerca de 40 jipes do Exército na cidade - disse à agência Reuters Tarek Saiidi, engenheiro tunisiano de 45 anos que passou por Zawiya nesta quinta ao voltar para seu país.
A capital passou a ser uma "cidade fantasma", de acordo com algumas das milhares de testemunhas da revolta que conseguiram deixar o país. Kadafi está entrincheirado em Trípoli, com suas milícias de mercenários, muitos deles estrangeiros de outros países da África.
- Não há ninguém caminhando nas ruas, ninguém tenta sair de casa, nem mesmo olham pela janela - disse um morador à rede de TV CNN. - É um pouco assustador.
Testemunhas afirmam que as forças leais ao ditador espalham o pânico, patrulhando as ruas da cidade fortemente armados, com apoio de tanques e veículos blindados. Mas o Exército já registra muitas deserções e circulam vídeos de militares que aderiram aos opositores.
Na capital, segundo fontes ligadas ao Exército citadas pelo jornal "El País", 17 pilotos da Força Aérea teriam sido executados por se recusarem a bombardear Zawia. A pouco mais de 40 quilômetros de Trípoli, a cidade é uma das três onde foram registrados distúrbios na quarta, ao lado de Sabratha e Misurata.
Além das perdas nas Forças Armadas, o ditador que comanda a Líbia há 42 anos, sendo o mais antigo governante da África, sofre também com a perda de aliados no governo e a crescente pressão externa. A última autoridade a debandar foi o ministro do Interior, o general Abdulá Yunis.
No cenário internacional, o presidente americano,
Barack Obama, fez um duro pronunciamento na quarta-feira. Nesta quinta, foi a vez de o chanceler britânico, William Hague, afirmar que o mundo deve aumentar a pressão sobre o governo líbio. A União Europeia concordaram com a adoção de sanções à Líbia .

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