quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ARTIGO: Lá para cá diferenças há

Do blog do NOBLAT
Deu na Folha de S. Paulo
A máquina e o peso do governo não foram fatores eleitorais no Chile; no Brasil de Lula, são o principal fator
De Janio de Freitas:

Era fatal: se o candidato da direita perdesse a eleição no Chile, consolidaria a tese de que um presidente com alta aprovação transfere votos ao candidato governista; se vencesse, como Sebastián Piñera venceu, seria uma advertência para Lula, que "já está preocupado" enquanto "a oposição se regozija".
As deduções se repetem. Mas em nenhum dos casos se justifica qualquer equivalência entre a disputa chilena e a perspectiva eleitoral brasileira.
Duas de várias razões já asseguram a incompatibilidade das situações de lá e de cá. A primeira delas é a atitude mantida por Michelle Bachelet, que cumpriu sem desvio algum o preceito de que aos presidentes cabe presidir as eleições. Permitiu-se no máximo, já no segundo turno, uma palavra de eleitora favorável a Eduardo Frei, de cuja escolha como candidato Bachelet nem participou.
Detentora da melhor avaliação entre todos os presidentes das Américas, com 85% de aprovação pessoal, Bachelet não conseguiu fazer um governo de sucesso. Tal como se dera com seu antecessor, o respeitado Ricardo Lagos.
As resistências dos setores influentes projetaram dificuldades políticas que mantiveram o governo, sempre, aquém das expectativas da população. Dois problemas muito sérios no Chile, que são a previdência social e o sistema educacional deformados no tempo de Pinochet, não receberam as esperadas reformas e foram causa permanente de agitação, até com violência. E as camadas de pobreza e miséria não foram satisfeitas pelo chamariz do assistencialismo.
Em resumo, a máquina e o peso do governo não foram fatores eleitorais no Chile. No Brasil de Lula, são o principal fator.

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