terça-feira, 8 de setembro de 2009

ARTIGO: FERIADO VIOLENTO

Do Bahia Notícias
Salvador experimentou um Sete de Setembro inimaginável. Ao invés de uma festa cívica, vivenciou uma segunda feira de inusitada violência que bem provavelmente nem a polícia tenha a exata explicação sobre o que de fato aconteceu. Não foi, no conjunto, uma ação orquestrada, articulada pelo crime, a não ser os episódios da madrugada, quando diversos postos da Policia Militar foram metralhados, detonando, a partir dai, de uma sequência de violência sem precedentes. Salvador jamais experimentou tamanha desenvoltura dos criminosos, que somente não gerou o pânico total na população porque se registrou num feriado. Das ações da madrugada, com policiais atingidos pela metralha, ao ataque a uma viatura policial na Avenida Paralela que resultou numa perseguição da polícia e a morte de três bandidos. Enquanto o secretário de Segurança Pública, César Nunes, falava à imprensa e se reunia com o comando da Polícia Militar para articular uma reação, para controlar o que estarrecia a todos, outras explosões de violência ocorriam. Um grupo de adolescentes, calculadamente 50 deles, fez um arrastão em Coutos, assaltando, invadindo lojas e terminando por incendiar um ônibus. No início da tarde, no Trobogy, quatro bandidos assaltaram mais um ônibus e também o incendiaram. Já no final da tarde, sem confirmação oficial da polícia, no Alto do Coutos e em Periperi, mas um ônibus foi incendiado. O Sete de Setembro baiano não foi para comemorar a independência do Brasil e, sim, para marcar a dependência desta cidade à violência e aos bandidos. É certo que o secretário de Segurança Pública, César Nunes, e o comandante da PM, cel. Nilton Mascarenhas, estão fazendo o possível. O problema, no entanto, é muito maior. Os bandidos assumiram o controle e os policiais passaram a ser reféns. Embora não se possa assegurar, é justo imaginar que os policiais estão também amedrontados. Como ficar em postos fixos durante a madrugada ou patrulhando sabendo que, a qualquer momento, podem surgir quadrilhas muitas vezes bem armadas e o policial nunca tem certeza se voltará ou não para as suas famílias. O momento é de o governo entender que há uma emergência no setor da segurança pública e para ele voltar todas as atenções, porque o clima é de total insegurança. O governador Jaques Wagner está diante de um grande desafio. Não é essa a Salvador que a população, até bem pouco pacífica, conhece, nem a Bahia que ostentava, com orgulho, o título de “A Boa Terra”. O que afinal está a acontecer? Creio que não se pode condenar o governo Wagner, com apenas dois anos e meio. É preciso, porém, que se entenda que não dá mais para esperar. É momento de enfrentar, de investir forte na segurança. Não tem dinheiro? Recorra-se ao presidente Lula! Isto aqui não é mais Salvador, não é mais a Bahia. O medo está disseminado pela cidade, estampado em cada rosto e em cada gesto dos seus habitantes. Tivemos um Sete de Setembro transformado num marco da violência e da total dependência ao que há de mais sagrado: a vida. (Samuel Celestino)

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