segunda-feira, 4 de junho de 2018

ECONOMIA: Ações da Petrobras se recuperam e Bolsa fecha em alta

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO, COM BLOOMBERG

Dólar recuou a R$ 3,74 com menor aversão ao risco no exterior

Mercado reagiu à saída de Pedro Parente do comando da Petrobras - Pedro Teixeira / Agência O Globo

RIO e SÃO PAULO - As ações da Petrobras se recuperaram nesta segunda-feira após uma queda de quase 15% na última sexta-feira com a notícia da saída de Pedro Parente do comando da empresa e ajudaram o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, a fechar no campo positivo pelo quarto dia consecutivo. Os papéis preferenciais da empresa subiram 8,47% a R$ 17,53, a terceira maior alta do pregçao, enquanto as ações ordinárias apresentaram valorização de 5,82% a R$ 20,00. O Ibovespa avançou 1,76% e encerrou a sessão aos 78.596 pontos, com giro financeiro de R$ 16,5 bilhões, influenciado pela oferta de aquisição das ações da Eletropaulo, que movimentou R$ 5,55 bilhões.
Com a alta dos papéis da petrolífera, a Petrobras recuperou no pregão de hoje R$ 15,9 bilhões em seu valor de mercado, que saltou de R$ 231,0 bilhões, na última sexta, quando Pedro Parente pediu demissão, para R$ 246,9 bilhões no fechamento desta segunda.
O Ibovespa subiu puxado pelas ações da Petrobras, mas também foi beneficiado por um cenário mais benigno no exterior, de menor aversão ao risco, refletindo os números positivos de emprego nos EUA, divulgados na sexta-feira. O crescimento do emprego acelerou em maio e a taxa de desemprego foi reduzida para 3,8%, menor patamar dos últimos18 anos. As Bolsas europeias fecharam em alta, assim como os pregões americanos. O Dow Jones teve alta de 0,7%, o S&P500 avançou 0,495 e o Nasdaq teve alta de 0,69%.
Também fecharam em alta os papéis de bancos, que têm peso importante no índice. Os papéis preferenciais do Itaú Unibanco avançaram 2,16% a R$ 44,77, enquanto os do Bradesco ganharam 1,03% a R$ 30,17. As ações ordinárias da CSN tiveram a maior alta do pregão, com alta de 14,93% a R$ 8,93 após recomendação de compra feita pelos analista do banco Credit Suisse. Já as ações ordinárias da Vale recuaram 0,45% a R$ 52,52 devido à queda de 1,2% no preço do minério de ferro negociado na China.
A valorização das ações da Petrobras, no entanto, pode ser um movimento momentâneo e há expectativa de instabilidade no curto prazo, segundo analistas. O mercado vai acompanhar de perto como será a condução da política de preços pelo novo presidente da companhia, Ivan Monteiro. Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets, diz que o mercado está de olho em como Monteiro conduzirá a questão de interferência do governo na política de preços.
Monteiro é bem visto pelo mercado, mas o comportamento da ação a partir desta semana deve depender da reversão das expectativas de que a autonomia da gestão da estatal está ameaçada.
- Acredito que o papel deverá oscilar no curto prazo até que o mercado entenda como será a política de preços da companhia nesta nova etapa. Será preciso observar se haverá intervenção do governo na formação de preços. Além disso, o fator eleição também entra no radar com o mercado acompanhando as propostas de cada candidato para a política de preços da Petrobras - analisa Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença.
Os analistas da Rico Investimentos questionam se a empresa terá direito a ressarcimento do governo caso haja mudanças na formação do preço da gasolina, assim como ocorrerá com o diesel.
"Ainda que diminuir a frequência dos reajustes não signifique o fim da política de preços, uma mudança seria negativa para a ação já que afeta o resultado financeiro como um todo. Além disso, se a mudança para a gasolina for tomada por iniciativa da própria empresa, não está claro se a Petrobras teria direito a qualquer ressarcimento como no caso das mudanças para o diesel (obedecendo a lei das estatais). Por outro lado, acreditamos que a nomeação de Ivan Monteiro foi positiva, mas dúvidas estruturais sobre o grau de independência da empresa permanecem", escreveram em relatório os analistas da Rico Investimentos.
As ações de empresas varejistas subiram nesta segunda-feira puxadas pela recuperação do mercado. Os papéis ordinários da Magazine Luiza subiram 7,68% a R$ 124,34. Nesta segunda, o Walmart anunciou que a Advent International, empresa global de private equity, concordou em adquirir uma participação majoritária no Walmart Brasil. Pelo acordo firmado entre os dois grupos, a Advent International passará a deter uma participação de 80% da operação brasileira do Walmart, enquanto a matriz da varejista americana (Walmart Inc.) manterá os 20% restantes. O negócio está sujeito à aprovação regulatória no Brasil.
DÓLAR RECUOU COM EXTERIOR MAIS TRANQUILO
Já o dólar, que teve valorização de quase 3% na semana passada, operou em queda nesta segunda-feira e fechou com desvalorização de 0,63% negociado a R$ 3,744. Na máxima do dia, a divisa alcançou R$ 3,755 e caiu a R$ 3,725 na mínima. O Dollar Spot, índice da Bloomberg que acompanha o comportamento do dólar frente a uma cesta de moedas, recuava 0,12% no fechamento do mercado de câmbio brasileiro.
Segundo Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso, o mercado de câmbio doméstico acompanhou o comportamento da divisa no exterior, onde o dólar perdeu força frente às principais moedas com menor aversão ao risco. Para Galhardo, a intervenção do Banco Central no mercado de câmbio também ajudou na desvalorização da moeda americana frente ao real.
- O dólar acompanhou o exterior já que no mercado doméstico não há fato político que ajude a derrubar a cotação da moeda. As intervenções do BC é que vem ajudando - diz Galhardo.
O Banco Central (BC) interveio mais uma vez no mercado de câmbio nesta segunda, o que ajuda no recuo da divisa. O BC rolou todos os 8 mil contratos de swap cambial tradicional - equivalente à venda de dólar no mercado futuro - na operação realizada nesta manhã, que teve giro financeiro de US$ 440 milhões. Os contratos negociados vencem em 3 de setembro, mas o BC também ofertou contratos com vencimentos em 1 de novembro e em 2 de janeiro de 2019 e nenhuma proposta foi aceita.
Segundo relatório da corretora de câmbio Correparti, a melhora do ambiente político tanto na Itália quanto na Espanha e a remarcação do encontro entre os presidentes dos estados Unidos e Coréia do Norte para 12 de junho ajudaram a derrubar a cotação do dólar no exterior.

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