segunda-feira, 8 de maio de 2017

LAVA-JATO: PF faz busca e apreensão contra Susana Neves, ex-mulher de Cabral

OGLOBO.COM.BR
POR CHICO OTAVIO

Suspeita é de ocultação de patrimônio

Ex-mulher de Sérgio Cabral, Susana Cabral, quando foi conduzida à sede da PF em janeiro - Reprodução/TV Globo

RIO - Agentes da Polícia Federal fazem nesta segunda-feira de manhã operação de busca e apreensão contra a ex-mulher do governador Sérgio Cabral, Susana Neves. A suspeita é de ocultação de patrimônio. O mandado foi assinado pelo juiz Marcelo Bretas da 7ª Vara Federal, a pedido da força-tarefa da Lava-Jato no Rio.
As buscas acontecem em Araras, Região Serrana do Rio, e São João del-Rei (MG).
O GLOBO mostrou que anotações apreendidas na casa do operador Luiz Carlos Bezerra indicam que o esquema de corrupção comandado por Sérgio Cabral (PMDB) abasteceu o ex-governador e outras dez pessoas do círculo familiar com R$ 7,3 milhões em propina, sempre em espécie, entre outubro de 2013 e outubro de 2016.
Susana já havia sido levada para depor em janeiro, como parte da Operação Eficiência. A ex-mulher de Cabral afirmou à PF que recebia entre R$ 15 mil e R$ 20 mil mensais, em média, do ex-governador.
Os pagamentos funcionavam como uma espécie de “pensão informal”, já que não há acordo judicial determinando um valor. Um dos filhos é o deputado federal Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ), que até recentemente ocupou a Secretaria estadual de Esporte do governo de Luiz Fernando Pezão.
— Eram pagamentos para custear as despesas com os três filhos — afirmou na época o advogado Sérgio Riera, responsável pela defesa de Susana.
No depoimento, Susana relata que recebia o dinheiro de Luiz Carlos Bezerra, ex-assessor de Cabral, preso apontado como um dos operadores do suposto esquema de corrupção. A defesa sustenta que ela não sabia a origem do dinheiro.
— Ela não tinha conhecimento da origem do recurso. Nunca desconfiou, não existe isso de perguntar se é lícito (o dinheiro). O contato com ele (Cabral) era protocolar. Se ela esteve com ele dez vezes em todo este período em que ele está casado com a Adriana (Ancelmo), foi muito — disse Riera em janeiro.
IRMÃOS CHEBAR
Planilhas obtidas pelo MPF sobre os gastos de Cabral apontam registros de repasses ao codinome "Susi". A ex-mulher de Cabral, porém, disse desconhecer quem seria o beneficiário dos pagamentos. As planilhas foram entregues pelos irmãos e operadores do esquema Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson Chebar, cujas delações são a base da Operação Eficiência.
No período compreendido entre 2014 a 2016, a ex-mulher de Cabral recebeu, ao menos, 13 vezes valores transferidos por Carlos Bezerra e Carlos Miranda, também apontado como operador, totalizando R$ 883 mil. No entanto, o valor pode ser ainda maior, segundo a investigação, já que há outros nomes que poderiam se referir a ela. Na planilha dos delatores, por exemplo, Susana também apareceria com o codinome de "Manoel" ou "Manuel".
Segundo os irmãos Chebar, a ex-mulher do ex-governador recebeu cerca de R$ 275 mil em espécie, em cinco ocasiões. De acordo com Marcelo, as depesas incluíam gastos com cartão de crédito, IPVA, conta de luz, gás e escola.
No despacho em que determinou a Operação Eficiência, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio, diz que Susana é a pessoa que "seria direta e constantemente beneficiada com vultosas transferências de valores, ao que parece obtidos pela atuação ilícita da Organização Criminosa (ORCRIM) descrita".

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