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POR O GLOBO / COM LA NACIÓN
Ex-presidente argentina é suspeita de favorecer amigo e sócio em obras públicas
Cristina Kirchner deixa sua casa cercada de repórteres em Buenos Aires - MARCOS BRINDICCI / REUTERS
BUENOS AIRES — A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner será interrogada nesta segunda-feira pela Justiça pela primeira vez em um caso de corrupção. Com uma forte operação de segurança, ela já chegou ao tribunal para se apresentar perante o juiz federal Julián Ercolini, por suspeita de favorecer o empresário Lázaro Báez — que também é seu sócio e amigo — em contratos de obras públicas. Nas últimas horas, ela afirmou nas redes sociais que é alvo de uma perseguição na Argentina.
Fontes próximas à ex-mandatária anteciparam que ela não responderá às perguntas e pedirá a anulação da intimação para interrogatório.
Cristina pedirá ainda que a investigação seja estendida a todos os empresários que assinaram contratos para obras públicas, incluindo Angelo Calcaterra, primo do presidente argentino, Mauricio Macri.
Enquanto isso, em um evento de inauguração de obras públicas em Buenos Aires, Macri disse que as construções do Estado não deverão mais ser sinônimo de corrupção. E se referiu às causas abertas sobre o governo Kirchner.
- Queremos saber o que aconteceu. Todos queremos que não haja mais impunidade — disse o presidente.
Em abril passado, Cristina foi interrogada num processo por irregularidades em operações de venda de dólar futuro no Banco Central, que teriam provocado prejuízo de quase R$ 7 bilhões ao país.
Cristina também está sendo investigada pelos juízes Claudio Bonadio e Sebastián Casanello por suposta lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e falsificação de documentos públicos.
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