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POR CATARINA ALENCASTRO
Tendência é que Rodrigo Maia marque a data para semana do dia 12 de setembro

O deputado afastado Eduardo Cunha - Pablo Jacob / Agência O Globo
BRASÍLIA — O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, anunciará a data de votação da cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha no plenário ainda na tarde desta quarta-feira. Segundo Maia, é legítimo que tanto a oposição pressione para que seja antes do impeachment, quanto o governo force para a decisão sobre Cunha ocorra só depois de resolvida a interinidade de Michel Temer. Neste momento, no entanto, a tendência é que Maia marque o julgamento de Cunha apenas para daqui a um mês, na semana do dia 12 - como queriam os aliados do peemedebista.
Embora ainda não tenha cravado a data, ao GLOBO, Maia apontou uma série de justificativas para não pautar antes. Segundo ele, na próxima semana, do dia 15 de agosto, é o início da campanha eleitoral nos municípios e não haverá quórum para votar o caso Cunha. Na semana de 22 agosto é o julgamento Dilma e ele não quer colocar no mesmo momento uma votação tão polêmica quanto essa. Na semana de 29 de agosto, o presidente interino Michel Temer vai para a China e Maia assumirá a presidência da República, deixando a Câmara nas mãos de Waldir Maranhão. Na semana seguinte, do dia 5 de setembro, há o feriado de 7 de setembro e dificilmente haverá quórum elevado, ficando então a semana do dia 12 livre para votar a cassação de Cunha.
Maia afirmou que não se sentirá mal com as críticas que sofrerá da oposição. Ele diz usar como base o prazo que "historicamente" a Câmara levou para votar processos de cassação: ou seja, de quatro a cinco sessões após a leitura do relatório no plenário.
— O que não é legítimo é o processo levar mais de quatro a cinco semanas, que é o prazo que historicamente esta Casa levou para votar processos semelhantes. Disso não passará de forma alguma — disse.
Segundo o presidente da Câmara, ele ainda está ouvindo líderes da base do governo sobre a melhor semana para marcar a votação, mas negou que esteja preocupado com a pressão que a oposição faz para que Cunha seja julgado antes da conclusão do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, que deverá acontecer a partir do dia 23 de agosto.
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