quarta-feira, 10 de agosto de 2016

LAVA-JATO: Empresário de SP é preso em nova fase da Lava-Jato que apura esquema na Eletronuclear Operação Irmandade prendeu Samir Assad, irmão de alvo de outra ação contra esquema de propina em obras da usina Angra 3 POR CHICO OTAVIO 10/08/2016 8:39 / atualizado 10/08/2016 10:48 Samir Assad chega à Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo - Edilson Dantas / O Globo PUBLICIDADE RIO - A Operação Lava-Jato deu nesta quarta-feira, com a prisão do empresário Samir Assad em São Paulo, mais um passo no sentido de rastrear os beneficiários de um dos maiores esquemas de pagamento de propina do país. Denúncia oferecida pela Procuradoria da República no Rio de Janeiro acusa Samir, juntamente com o irmão, Adir Assad, que já está preso alvo da operação Saqueador, e outras nove pessoas de montar um caixa dois de empreiteiras para permitir o pagamento de quase R$ 178 milhões em suborno, entre 2008 e 2013, a dirigentes da Eletronuclear. A ação de hoje foi denominada “Irmandade” foi cumprida pela Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor), na qual um Porsche foi apreendido. Além do mandado de prisão, há um mandado de busca e apreensão, expedido pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Porsche apreendida pela polícia na Operação Irmandade - Edilson Dantas / O Globo O núcleo financeiro comandado pelos irmãos Adir e Samir, que seriam conhecidos no mercado da propina por “quibe e esfirra”, operou para pelo menos três grandes empreiteiras, a Andrade Gutierrez, a Delta e a Odebrecht, em obras como a construção da usina nuclear de Angra 3, a reforma do Complexo do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 e a implantação do Comperj, o pólo petroquímico de Itaborai. Veja também As obras da usina de Angra 3, em 2013 Justiça do Rio aceita denúncia contra ex-dirigentes da Eletronuclear Policiais federais fazem buscas na sede da Eletronuclear durante a Operação Pripyat, a primeira da força-tarefa da Lava-Jato no Rio Propina da Andrade era paga em pacotes de dinheiro em frente a shopping center Comissão independente investigou irregularidades na Eletronuclear, incluindo a obra da usina de Angra 3 MPF faz 1ª denúncia contra 15 alvos da Lava-Jato envolvidos no escândalo de Angra 3 Equipe da Polícia Federal leva para sede documentos apreendidos na EletronuclearEx-diretor da Eletronuclear é preso pela PF na Operação Pripyat por desvios em Angra 3 A nova denúncia, com a prisão de Samir, é um desdobramento da operação Pripyat, que aprofundou as investigações sobre o esquema de corrupção nas obras da Eletronuclear. Mas Adir, o irmão do empresário, já fora preso em duas oportunidades. Em março de 2015, acusado de lavar dinheiro desviado R$ 40 milhões das obras de reforma da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e em junho deste ano, por envolvimento no esquema de caixa dois da empreiteira Delta, estimado em R$ 360 milhões. Ele foi levado para uma cela no Rio usando tornozeleira eletrônica. NA BOCA DO CAIXA O esquema dos irmãos Assad consistia na emissão de notas frias, por serviços jamais prestados às empreiteiras, para produzir caixa dois para o pagamento da propina. Eles mantinham empresas como a JSM Engenharia e Terraplenagem, a SP Terraplenagem e a Legend, cujo objetivo eram somente o de derramar as notas. Somados os valores apurados até agora pela Lava-Jato, quase R$ 600 milhões passaram pelo sistema montado pelos Assad. Porém, como o dinheiro era sacado em espécie, na boca do caixa, o desafio agora é chegar aos agentes públicos beneficiados. PUBLICIDADE Obras na usina de Angra 3 - Divulgação/07-02-2013 Na denúncia, os procuradores da República citam a delação do ex-executivo da empreiteira Andrade Gutierrez Flávio Barra. Ele revelou que, durante as obras de Angra III, como consórcio teve a participação da construtora, foi procurado por Samir Assad, que ofereceu-lhe a proposta de superfaturamento e contratação fictícia das empresas de seu esquema. O acordo, segundo a denúncia, definia que não haveria prestação de serviço e que 80% dos valores pagos com esteio em contratos fictícios seriam devolvidos em espécie, para serem empresas aos agentes públicos. Entre 2010 e 2011, o esquema chegou ao requinte de produzir reuniões mensais, entre Samir e os executivos da Andrade, para deliberar sobre o montante a ser coberto no período pelas notas frias. A prisão de Samir é mais uma etapa da Lava-Jato no Rio de Janeiro, onde o Ministério Público Federal montou uma força-tarefa para investigar o desvio de recursos federais em grandes obras no estado. Em etapa anterior, denominada Operação Saqueador, também foram presos o empresário Fernando Cavendish, o empresário Marcelo Abud, sócio de Assad, e o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/empresario-de-sp-preso-em-nova-fase-da-lava-jato-que-apura-esquema-na-eletronuclear-19891257#ixzz4GwFejNQp © 1996 - 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

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POR CHICO OTAVIO

Empresário de SP é preso em nova fase da Lava-Jato que apura esquema na Eletronuclear
Operação Irmandade prendeu Samir Assad, irmão de alvo de outra ação contra esquema de propina em obras da usina Angra 3

Samir Assad chega à Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo - Edilson Dantas / O Globo


RIO - A Operação Lava-Jato deu nesta quarta-feira, com a prisão do empresário Samir Assad em São Paulo, mais um passo no sentido de rastrear os beneficiários de um dos maiores esquemas de pagamento de propina do país. Denúncia oferecida pela Procuradoria da República no Rio de Janeiro acusa Samir, juntamente com o irmão, Adir Assad, que já está preso alvo da operação Saqueador, e outras nove pessoas de montar um caixa dois de empreiteiras para permitir o pagamento de quase R$ 178 milhões em suborno, entre 2008 e 2013, a dirigentes da Eletronuclear. A ação de hoje foi denominada “Irmandade” foi cumprida pela Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor), na qual um Porsche foi apreendido. Além do mandado de prisão, há um mandado de busca e apreensão, expedido pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
Porsche apreendida pela polícia na Operação Irmandade - Edilson Dantas / O Globo

O núcleo financeiro comandado pelos irmãos Adir e Samir, que seriam conhecidos no mercado da propina por “quibe e esfirra”, operou para pelo menos três grandes empreiteiras, a Andrade Gutierrez, a Delta e a Odebrecht, em obras como a construção da usina nuclear de Angra 3, a reforma do Complexo do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 e a implantação do Comperj, o pólo petroquímico de Itaborai.
A nova denúncia, com a prisão de Samir, é um desdobramento da operação Pripyat, que aprofundou as investigações sobre o esquema de corrupção nas obras da Eletronuclear. Mas Adir, o irmão do empresário, já fora preso em duas oportunidades. Em março de 2015, acusado de lavar dinheiro desviado R$ 40 milhões das obras de reforma da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e em junho deste ano, por envolvimento no esquema de caixa dois da empreiteira Delta, estimado em R$ 360 milhões. Ele foi levado para uma cela no Rio usando tornozeleira eletrônica.
NA BOCA DO CAIXA
O esquema dos irmãos Assad consistia na emissão de notas frias, por serviços jamais prestados às empreiteiras, para produzir caixa dois para o pagamento da propina. Eles mantinham empresas como a JSM Engenharia e Terraplenagem, a SP Terraplenagem e a Legend, cujo objetivo eram somente o de derramar as notas. Somados os valores apurados até agora pela Lava-Jato, quase R$ 600 milhões passaram pelo sistema montado pelos Assad. Porém, como o dinheiro era sacado em espécie, na boca do caixa, o desafio agora é chegar aos agentes públicos beneficiados.
Obras na usina de Angra 3 - Divulgação/07-02-2013

Na denúncia, os procuradores da República citam a delação do ex-executivo da empreiteira Andrade Gutierrez Flávio Barra. Ele revelou que, durante as obras de Angra III, como consórcio teve a participação da construtora, foi procurado por Samir Assad, que ofereceu-lhe a proposta de superfaturamento e contratação fictícia das empresas de seu esquema. O acordo, segundo a denúncia, definia que não haveria prestação de serviço e que 80% dos valores pagos com esteio em contratos fictícios seriam devolvidos em espécie, para serem empresas aos agentes públicos.
Entre 2010 e 2011, o esquema chegou ao requinte de produzir reuniões mensais, entre Samir e os executivos da Andrade, para deliberar sobre o montante a ser coberto no período pelas notas frias.
A prisão de Samir é mais uma etapa da Lava-Jato no Rio de Janeiro, onde o Ministério Público Federal montou uma força-tarefa para investigar o desvio de recursos federais em grandes obras no estado. Em etapa anterior, denominada Operação Saqueador, também foram presos o empresário Fernando Cavendish, o empresário Marcelo Abud, sócio de Assad, e o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

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