quinta-feira, 8 de outubro de 2015

ECONOMIA: Mesmo com contas de Dilma rejeitadas, dólar cai a R$ 3,857

OGLOBO.COM.BR
POR ANA PAULA RIBEIRO

Exterior faz moeda perder força; Bolsa cai 0,41% após sete altas seguidas

Notas de cem dólares - Xaume Olleros / Bloomberg News/20-7-2015

SÃO PAULO - Mesmo com a rejeição das contas da presidente Dilma Rousseff pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o dólar comercial perdeu força e passou a operar em queda. Às 9h23, a moeda americana era negociada a R$ 3,855 na compra e a R$ 3,857 na venda, recuo de 0,51% ante o real. Na quarta-feira, a divisa fechou a R$ 3,877, alta de 0,94%. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em queda de 0,41% no índice Ibovespa após uma série de sete altas consecutivas.
Na abertura dos negócios, a divisa chegou a subir até R$ 3,910, mas o cenário externo passou a predominar sobre os fatores internos. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas, registra leve recuo 0,05%.
Na avaliação de Bernard Gonin, analista macro e gestor de renda fixa da Rio Gestão de Recursos, a rejeição pode não ser suficiente para um processo de impeachment. Por essa razão, considera que o adiamento da votação dos vetos presidenciais, na quarta-feira à tarde, é algo mais preocupante para os mercados financeiros. Além disso, a menor aversão ao risco no exterior tende a beneficiar as moedas de países emergentes.
— Houve uma melhora no cenário externo e o apetite por emergentes melhorou. Há uma questão política por aqui, mas mais importante que o TCU foi o adiamento da votação dos vetos. Se os vetos forem derrubados, acaba a chance de uma melhora fiscal e isso é o que interessa para as agências de classificação de risco — explicou, acrescentando que o temor da perda do grau de investimento por outras agências de rating, além da Standard & Poor’s, tem um peso maior sobre os negócios.
A expectativa de analistas é de um pregão de maior volatilidade. Embora a reforma ministerial tenha melhorado as expectativas dos agentes do mercado financeiro em relação à capacidade de articulação política do governo, a postergação da votação dos vetos e a rejeição das contas pelo TCU pioraram o humor dos investidores. “A percepção dos agentes é que o governo não conseguiu recompor sua base aliada com a reforma concluída na semana passada e isso piora o quadro político e enfraquece o real”, avaliou, em relatório a clientes, Guilherme França Esquelbek, analista da Correparti Corretora de Câmbio.
AJUSTES NA BOLSA
Após sete pregões consecutivos em alta, os investidores aproveitam para vender ações e embolsar os ganhos. Operam em queda os papéis que tiveram fortes ganhos nos últimos dias.
Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras registram queda de 1,41%, cotadas a R$ 8,35, e os ordinários (ONs, com direito a voto) recuam 1,34%, a R$ 10,26.
A queda da Petrobras ocorre mesmo com o petróleo em trajetória de recuperação. O barril do tipo Brent está sendo negociado em torno de US$ 52 , maior patamar desde o final de julho, após chegar a ficar em torno de US$ 42 em agosto.

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