quinta-feira, 8 de outubro de 2015

POLÍTICA: Será difícil rejeitar parecer do TCU, diz presidente da CMO

OGLOBO.COM.BR
POR MARIA LIMA

Senadora Rose de Freitas, da Comissão Mista de Orçamento, se reuniu com Renan Calheiros após parecer do tribunal

O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL) - Ailton de Freitas / Agência O Globo

BRASÍLIA — Logo após o resultado da votação no Tribunal de Contas da União (TCU), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) reuniu em seu gabinete a presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) e alguns líderes para discutir o encaminhamento da recomendação pela rejeição das contas da presidente Dilma Rousseff. Diante da gravidade da crise e da cobrança da sociedade por uma saída, a disposição de Renan e de Rose é não segurar a apreciação na CMO e, depois, em sessão conjunta do Congresso Nacional. Apesar dos prazos regimentais, a avaliação feita pelo líder do PMDB Eunício de Oliveira (PMDB-CE), na reunião, é que a votação final só deve acontecer em fevereiro, depois do recesso parlamentar do fim de ano.
Sobre a estratégia do governo de apostar as fichas para derrubar o parecer do TCU no Congresso, a presidente da CMO deixa claro que a comissão tem baseado 90% das deliberações de contas de outros presidentes nos pareceres técnicos do TCU, que é o órgão consultivo do Congresso. Apesar de a palavra final ser prerrogativa do Congresso, Rose diz que o parecer do TCU deverá basear a decisão e será muito difícil derrubá-lo.
— Tendo a entender que a unanimidade na decisão do TCU construiu um parecer tecnicamente perfeito — disse Rose de Freitas.
Na reunião, levando em conta as providências burocráticas de reunião da Mesa Mista do Congresso, Renan disse que tão logo receba o parecer do TCU, ele irá despachar para a Comissão Mista de Orçamento, que tem 40 dias para indicar um relator e apresentar o relatório preliminar. Depois desse prazo de 15 dias para emendas e mais 15 dias para o relator dar o parecer sobre as emendas. Em seguida, vota-se na Comissão e depois no plenário do Congresso.
O TCU queria enviar o parecer ainda hoje para Renan, mas ele pediu para que não se fizesse nada açodado. A prerrogativa de indicar o relator na Comissão é de Rose de Freitas. Um dos nomes cotados é o da senadora Lúcia Vânia (PSB-GO).
— Vamos indicar o relator e apresentar o relatório preliminar bem antes dos 40 dias. O Renan tem muita responsabilidade e sabe da gravidade da situação, não vai segurar para mandar para a Comissão. E nós não vamos adiar prazos regimentais — disse Rose.
O senador José Serra (PSDB-SP), ao sair da reunião no gabinete de Renan, avaliou que o governo terá pouca força para derrubar o parecer do TCU, pois em uma semana após a reforma ministerial para fortalecer sua base, ao invés de aumentar seus votos, perdeu parte expressiva de apoio.
— Em menos de uma semana depois da reforma, o Picciani só lidera 1/3 da bancada e o blocão derreteu. Até o Jovair Arantes saiu da base. É incrível a capacidade da Dilma de transformar solução em problema. Ela tem uma atração fatal pelo erro — avaliou Serra.
Aos que querem usar o parecer do TCU para embasar um pedido de impeachment, Rose de Freitas disse que isso não é possível.
— O único instrumento legal para embasar o impeachment é a rejeição das contas da presidente, mas o parecer do TCU tem que ser aprovado antes pelo Congresso Nacional — diz a presidente da Comissão Mista de Orçamento.
Mas líderes e parlamentares da oposição discordam.
— A decisão do TCU confirma o estelionato eleitoral. É uma decisão de grande relevância. Fica caracterizado o abuso de poder político e econômico, além do crime de responsabilidade. O Congresso Nacional falará pela Nação — diz o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB).

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