terça-feira, 10 de março de 2015

POLÍTICA: Governo pede à CUT para cancelar manifestação da próxima sexta-feira

OGLOBO.COM.BR
POR SIMONE IGLESIAS E LUIZA DAMÉ

Planalto quer evitar que ato estimule mais manifestantes contra o governo nas ruas no dia 15
Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto - Jorge William / Agência O Globo
BRASÍLIA - O governo pediu à Central Única dos Trabalhadores (CUT) para que cancele a manifestação da próxima sexta-feira. O ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), a pedido da presidente Dilma Rousseff, se reuniu com dirigentes da CUT na segunda-feira e conversou por telefone pedindo "reiteradas vezes" a suspensão, para evitar que ela sirva de base para levar mais manifestantes contra o governo às ruas no dia 15.
A CUT, no entanto, não se mostrou disposta a ceder. Está pedindo apoio financeiro ao PT para manter o protesto e reorientou o ato para ser em defesa da Petrobras. Em entrevista divulgada na noite de segunda-feira pela “Rede Brasil Atual”, ligada a movimentos sindicais, o ex-presidente Lula afirmou torcer para que “compareça muita gente” no protesto, apesar de dizer que não irá participar.
O governo não se convence de que o ato deva ser mantido, porque avalia que poderá ser um "fracasso" de público.
— Será muito ruim se os protestos da CUT levarem 500 pessoas para as ruas e as manifestações do dia 15 levarem milhares. Para efeito de comparação, será esmagador — disse um integrante do governo ao GLOBO.
Quanto aos protestos contra o governo e a presidente Dilma, o Planalto avalia que se concentrarão em São Paulo e na zona sul do Rio. Monitoramento realizado nas últimas semanas aponta que no Nordeste o movimento será fraco e, em alguns lugares, até inexistente.
Há temor, no entanto, com o acirramento dos ânimos possa levar a pancadaria e quebra-quebra, como ocorreu na onda de protestos de junho de 2013. A expectativa do governo é que as manifestações do dia 15 não sejam reforçadas por setores da esquerda, como aconteceu nos atos de dois anos atrás, o que tira volume e poderia levar à redução da capilaridade do movimento. Na visão de auxiliares da presidente, partidos como PSol e PSTU, que dão consistência a protestos, estarão fora.
Apesar de tratar como uma incógnita o número de pessoas que irão às ruas, integrantes do governo estão monitorando as redes sociais desde que os convites para as manifestações começaram a pipocar na internet.Foram mapeados quatro movimentos por trás dos protestos: Vem para a rua, Revoltados Online, Endireita Brasil e Brasil Livre. Paralelamente ao acompanhamento dos líderes do movimento, o PT vem fazendo um trabalho de desconstrução destas pessoas e destes grupos, usando informações de seus perfis nas redes sociais para desqualificá-los politicamente.
Dilma determinou uma força tarefa de ministros para acompanhar os atos de sexta e de domingo. Os integrantes da articulação política deverão ficar em Brasília. A orientação do Planalto é que nenhum ministro participe das manifestações das centrais sindicais para não estimular provocações.

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