terça-feira, 10 de março de 2015

ECONOMIA: Governo acredita que só solução política vai conter alta do dólar

FOLHA.COM
VALDO CRUZ, DE BRASÍLIA

O governo Dilma Rousseff precisa resolver "urgentemente" a crise política para evitar que a economia seja afetada gravemente pelo clima de instabilidade que domina a relação entre o Palácio do Planalto e sua base aliada no Congresso.
A avaliação da equipe econômica, partilhada pelo Palácio do Planalto, foi feita nesta segunda-feira (9), quando a cotação do dólar registrou sua sexta alta seguida e fechou o dia no maior valor desde 2004, a R$ 3,13.
Segundo um assessor presidencial, sem uma solução da crise política, há risco de a cotação da moeda americana subir ainda mais diante do cenário de descrença de investidores na viabilidade do ajuste fiscal do governo. O valor do dólar, num cenário pessimista, pode até "explodir".
O temor, neste caso, é o efeito inflacionário da valorização cambial num momento em que a inflação está acima de 7% e pode até fechar o ano próxima de 8% –o que forçaria o Banco Central a adotar um ciclo mais longo de alta dos juros. A tendência de aperto mais longo já foi sinalizada pelo mercado financeiro nesta segunda.
Editoria de Arte/Folhapress 
No governo, a ordem era ter sangue frio diante da alta do dólar e insistir no discurso de que o câmbio é "flutuante", sem ficar lançando medidas emergenciais para tentar conter o movimento da moeda norte-americana.
Auxiliares lembravam que, além da crise política, o dólar estava sendo pressionado por um movimento mundial de valorização da moeda dos Estados Unidos.
Na área política, assessores presidenciais disseram à Folha que o primeiro passo do governo é negociar uma trégua para evitar votações que, realizadas nesta semana, são consideradas derrotas certas para o Palácio do Planalto na economia.
Entre elas, a do veto presidencial do projeto que corrigiu a tabela do Imposto de Renda na Fonte em 6,5%. O governo sempre defendeu a correção de 4,5% alegando falta de caixa para bancar um percentual maior.
Internamente, o Palácio do Planalto admite que demorou muito a tomar uma posição sobre o assunto e, agora, terá de fazer concessões. "Perdemos o timing político para tratar da medida", comentou um auxiliar.

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