segunda-feira, 21 de julho de 2014

MUNDO: Líder do Hamas pede fim do bloqueio e a libertação de presos como condição para cessar-fogo

Do UOL
Em Gaza

O líder do movimento islamita Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, pediu nesta segunda-feira (21) o fim do bloqueio israelense à faixa de Gaza e a libertação dos presos detidos na Cisjordânia como condição para pactuar um cessar-fogo com Israel.
No entanto, tentativas anteriores de cessar-fogo, intermediada pelo Egito, foram descumpridas pelo grupo radical. 
"O povo decidiu acabar com o bloqueio e a ocupação e isto será alcançado em breve", manifestou Haniyeh em discurso divulgado na tarde desta segunda-feira pela televisão Al-Aqsa, vinculada ao grupo islamita.
"Nossas exigências são claras, verdadeiras e justas. É hora desta guerra e do bloqueio de oito anos acabar de uma vez por todas, e que os prisioneiros detidos na Cisjordânia sejam libertados. Essas são nossas reivindicações e nunca renunciaremos", manifestou Haniyeh com um cartaz das grandes mesquitas de Jerusalém de fundo.
Haniyeh assinalou que a atual disputa "continuará até que se cumpram nossas exigências", ao mesmo tempo que chamou "o mundo a adotar nossas exigências e a se posicionar do lado da faixa de Gaza".
Além disso, o líder deu as boas-vindas a "todo esforço para conseguir as reivindicações" palestinas e responsabilizou a comunidade internacional e o mundo árabe de observar em silêncio o que ocorre.
"Esta agressão tem que acabar de uma vez e nunca mais se repetir. Queremos que o bloqueio de oito anos acabe completamente. Há casas que não têm água potável, os cruzamentos estão fechados, não temos eletricidade ou só temos umas poucas horas ao dia, os índices de pobreza e do desemprego são os mais elevados, os graduados em universidades não têm trabalho, não há salários", disse.
"Pescadores, agricultores, comerciantes, industriais e homens de negócios não podem trabalhar e todo mundo apenas olha", ressaltou.
Haniyeh também advertiu que as facções palestinas não cessarão suas operações enquanto não forem cumpridas suas exigências. "Nossa resistência armada nunca se deterá até que se cumpram estas exigências. O bloqueio deve acabar atualmente".
O líder islamita disse que as forças israelenses estão sendo derrotadas pela resistência palestina na fronteira de Gaza.
"O sacrifício de nosso povo está encaminhado ao triunfo", assinalou.
Em um dia no qual os esforços diplomáticos foram retomados em várias frentes para avançar no caminho de um cessar-fogo, as declarações de Haniyeh coincidiram com as expressadas durante o dia por Ihab al Ghusein, ex-vice-ministro de Informação do movimento islamita.
Em declarações à Agência Efe, Ghusein enfatizou que todas as milícias seguirão com a luta o tempo que for necessário porque "os palestinos não temos já nada que perder".a
"Estamos oito anos sob assédio, estamos morrendo lentamente, se o povo está sofrendo, nós também sofremos, nossas famílias estão aqui, estão morrendo ou ficando feridas, talvez eu seja o seguinte", afirmou.
"Mas não vamos nos render, temos dignidade e buscamos nossa liberdade e seguiremos lutando por esta dignidade e por nossa liberdade, inclusive se matarem todos", acrescentou.
Ghusein acrescentou que o Hamas lidera a negociação com diversos mediadores internacionais e que a decisão que adotar será aceita pelo resto de grupos e milícias palestinas.
Entenda a ofensiva de Israel em Gaza
Como o novo conflito começou? A tensão aumentou drasticamente após o sequestro de 3 jovens israelenses na Cisjordânia, em junho. Israel então fez missão de busca que prendeu 420 palestinos e matou 6 inocentes. Após 18 dias, os corpos dos jovens foram achados. Vários grupos jihadistas assumiram o crime. Mas Israel culpa o Hamas, que não se posicionou. Depois, um palestinos de 16 anos foi morto em Jerusalém por judeus radicais
Em qual contexto político o crime aconteceu? As relações entre os governos israelense e palestino já estavam tensas desde que, em abril, Hamas e Fatah anunciaram governo de unidade nas regiões autônomas palestinas. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que o novo governo reconhece os acordos de paz assinados, mas Israel acha que Abbas não pode fechar acordo com Israel e, ao mesmo tempo, com o Hamas, que quer a destruição de Israel
Por que a área do conflito é polêmica? Os jovens israelenses eram de assentamentos em território palestino da Cisjordânia considerados ilegais pela ONU por violar o artigo 49 da Quarta Convenção de Genebra, de 1949, que proíbe a transferência violenta de população civil para outro Estado. Israel discorda dessa interpretação e alegando que a área nunca teria sido parte de um Estado soberano e que o acordo não se aplica ali
Por que a ONU fala em "emergência humanitária"? A ofensiva de Israel está cada vez mais sangrenta. Em duas semanas, mais de 500 palestinos foram mortos nos ataques em Gaza, inclusive dezenas de idosos e crianças. Cerca de 53 mil soldados israelenses agem em uma pequena faixa de terra de 362 km2, ondem vivem meio à extrema pobreza 1,8 milhão de palestinos. A ONU diz que mais de 3/4 das vítimas são civis e já são mais de 80 mil desabrigados

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