quinta-feira, 24 de julho de 2014

ECONOMIA: Dólar sobe após ata do Copom e com cenário de maior cautela externa

Do UOL

A cautela prevaleceu no mercado de câmbio, com dados pouco claros vindos dos Estados Unidos, levando os investidores a evitar uma mudança de posição. No cenário doméstico, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje, sinalizou que o Banco Central não deve afrouxar a política monetária, o que favorece o real, mas não o suficiente para ter impacto no preço.
O dólar comercial fechou em alta de 0,05% a R$ 2,2211. Já o contrato futuro para agosto avançava 0,02% para R$ 2,224.
Lá fora, o dólar operava em ligeira alta frente às principais divisas, suportado por dados melhores que o esperado do mercado de trabalho americano, que levaram a um alta do rendimento dos Treasuries. Os números ainda fracos, no entanto, do setor imobiliário nos Estados Unidos ainda trazem dúvidas sobre o ritmo de recuperação da economia america na.
Os novos pedidos de seguro-desemprego nos EUA recuaram para 284 mil na semana passada encerrada no dia 19, nível mais baixo desde fevereiro de 2006, ficando abaixo da previsão dos analistas de 305 mil novas solicitaçõe s. Já as vendas de novas casas caíram 8,1% em junho, uma queda maior que a esperada pelo mercado.
A moeda americana subia 0,39% frente ao dólar australiano, 0,12% em relação ao rand sul-africano e 0,11% diante da lira turca.
No mercado local, a atenção dos investidores se concentrou na divulgação da ata do Copom, que trouxe a sinalização de que o BC não deve cortar a taxa básica de juros no curto prazo em função da inflação que ainda se mostra resistente, o que provocou uma correção no mercado de juros, após um movimento crescente das apostas em corte da taxa da taxa Selic nos últimos dias. "A possibilidade de manutenção da taxa Selic é favorável para o câmbio, mas não o suficiente para fazer preço no mercado", afirma um operador de câmbio. 
"O BC buscou corrigir as apostas embutidas na curva de juros deixando claro que a estratégia que está perseguindo é a manutenção da taxa Selic", afirma Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho. Para Rostagno, o BC deixa claro que a inclusão da expressão "neste momento" no comunicado da última reunião do Copom deixa a porta aberta para uma possível alta e não queda da taxa básica de juros, diante de um cenário inflação ainda resistente.
Outra afirmação do BC que chamou atenção, não exatamente pelo conteúdo, mas pela repetição dele, foi a de que a autoridade monetária nota nos mercados de moedas "evidências de tensão e de volatilidade".
"É estranho o BC voltar a citar isso. O dólar está travado perto de R$ 2,20 e lá fora mal tem se mexido também. Parece mais uma justificativa para continuar atuando no câmbio", diz o operador de câmbio de uma corretora.
"Sem dúvida o câmbio é um ponto de tensão para o BC, mas falar em risco de volatilidade pareceu destoar, até porque a volatilidade está baixa e principalmente por causa das atuações dele", afirma o diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora, Arnaldo Curvello.
De acordo com números da BM&F, a volatilidade implícita de 21 dias das opções de dólar comercial ne gociadas na própria bolsa - um termômetro das expectativas para oscilações na taxa cambial - fechou a terça-feira, último dado disponível, em 9,381% ao ano, ainda em torno das mínimas desde maio de 2013, antes de o Federal Reserve sinalizar que começaria a reduzir seus estímulos monetários.
O BC deu sequência às suas intervenções no câmbio e fez a rolagem de todos os 7 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão nesta quinta-feira, em operação que movimentou o equivalente a US$ 346,4 milhões.
Dos 189.130 contratos de swap com vencimento em 1º de agosto (US$ 9,457 bilhões), ainda restam 84.130 (US$ 4,207 bilhões) passíveis de rolagem.
Mantido o atual ritmo de rolagens (7 mil papéis por dia), o BC deve deixar vencer 56.130 contratos, algo como US$ 2,807 bilhões.
Mais cedo, o BC vendeu todos os 4 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão nesta quinta-feira, em operação que movimentou o equivalente a US$ 198,7 milhões.
Para setembro, está previsto o vencimento de 201.400 contratos de swap, num total de US$ 10,070 bilhões.

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