quinta-feira, 17 de outubro de 2013

VIOLÊNCIA: Adolescente vítima de bala perdida na Barroquinha será enterrada hoje

Do CORREIO
Escolas da cidade natal de Lorena cancelaram aulas hoje. Alvo dos disparos que mataram a adolescente continua internado no HGE
Amanhã, a estudante Lorena Santana Gonçalves, 15 anos, e o namorado Samuel Álefe Silva Oliveira, 18, comemorariam 15 meses juntos. A homenagem foi antecipada ontem, no Facebook do rapaz, aluno de Direito da Ucsal, num texto de despedida à jovem, que morreu, anteontem, vítima de bala perdida na Barroquinha.
“Como passarei o meu dia sem ter sua companhia? E com este hábito de fazermos tudo sempre juntinhos eu criei a esperança de que viveríamos juntinhos para sempre”, diz o texto, ao lado de uma foto do casal, que até a noite de ontem foi curtido por mais de 2,1 mil pessoas, contabilizava mais de 200 comentários e outros 260 compartilhamentos.
Samuel e Lorena andavam de mãos dadas na Barroquinha, onde a adolescente foi baleada
Na última terça-feira, Lorena e Samuel passaram o dia juntos: ela conheceu o Pelourinho e, junto com a família dele, caminhava pela Barroquinha, quando foi baleada na cabeça, nas imediações do Beco do Amor.  
O corpo da garota, que morava com os pais e a irmã mais nova em Paramirim, a 740 quilômetros de Salvador, foi liberado ontem, por volta das 11h, do Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues (IML), pelo pai, o comerciante Antônio da Silva Gonçalves.
População de Paramirim lotou velório de adolescente. (Foto: Jornal O Eco)
Amparado por amigos, principalmente membros da 1ª Igreja Batista de Paramirim, o pai de Lorena não quis falar com a imprensa. Ao lado dele, durante todo tempo, estava Osório dos Anjos Oliveira, pai de Samuel, que trouxe Lorena a Salvador no último sábado para visitar o namorado, que morava na capital desde fevereiro.
Antônio da Silva, pai de Lorena, consola Osório, pai de Samuel, que chora ao deixar IML
Segundo Osório, ele, a esposa, a filha de 10 anos e o casal de namorados passeavam pelo Centro Histórico quando decidiram ir até a Baixa dos Sapateiros. Por volta do meio-dia, ouviram disparos. Osório puxou a mulher e a filha para dentro de uma loja, mas, quando se virou, Lorena já estava caída. Ela foi levada ao Hospital Geral do Estado (HGE), por onde passou por uma cirurgia no final da tarde de ontem, mas morreu às 23h.
Violão 
De acordo com o Pastor Cláudio Araújo, líder da igreja frequentada pela jovem e pela família, ela era uma menina tranquila, dedicada aos estudos e à igreja, onde tocava violão e coordenava o grupo de coreografias.
“Era uma filha exemplar, uma praticante exemplar, uma menina obediente, tranquila, coisa rara de ser vista na juventude de hoje. Era para Osório e para a esposa dele como uma filha também. É como se tivéssemos perdido uma filha. Ela foi e deixou um vácuo”, disse.
No perfil de Samuel, um vídeo, gravado durante a estada da jovem, mostra Lorena cantando com a família do rapaz. “Pessoal, olha a minha princesinha cantando feliz aqui um dia antes de ir para a glória. Ela estava feliz, sorridente”, escreveu Samuel.
Um dos professores de Lorena no Colégio Arco-Íris, Joaquim Filho Martins disse que a garota era “humilde, simples, inteligente e de caráter”. “Estão todos sentidos, comovidos diante dessa tragédia”. Na escola, onde Lorena cursava o 1º ano do ensino médio, as aulas foram suspensas até segunda-feira e foi estendida uma faixa em sinal de luto.
Hoje, dia em que o corpo de Lorena será sepultado no Cemitério de Paramirim, às 10h, não haverá aulas nas escolas da cidade. Antes disso, ela será velada no Centro Cultural Nabor Caires de Brito, às 9 horas. 
Alvo de disparos continua internado no Hospital Geral do Estado
O autor do disparo que matou Lorena, Edivaldo Paraguaçu, o Parma, 18, passou por exame de corpo de delito na manhã de ontem e foi encaminhado ao Núcleo de Prisão em Flagrante, na Mata Escura.
Tanto Parma quanto o alvo dos disparos, Jailson Evangelista, o Nego Jau, 42, possuem passagem por tráfico de drogas e roubo. Segundo a Polícia Civil, Parma será indiciado por homicídio. Ele disse que pretendia se vingar de Nego Jau, que teria desferido facadas na mãe dele. Nego Jau continua internado no HGE. Ele foi atingido no braço. A arma do crime, um revólver calibre 38, foi encaminhada para a perícia.

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