terça-feira, 15 de outubro de 2013

POLÍTICA: Verdades pela metade

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

O ex-presidente Lula, em entrevista publicada segunda-feira no jornal argentino "Página 12" voltou a acusar a oposição brasileira de ter prejudicado o setor de saúde ao ter acabado, em fins de 2007 com a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras). Este é um velho discurso de Lula e ele voltou a retomá-lo comparando a atitude da oposição no Senado naquela época com a disputa hoje entre os republicanos e o presidente Barack Obama no Congresso a respeito do orçamento Federal, por causa dos planos do presidente americano para os planos de saúde. Trata-se de uma boa conversa de apelo eleitoral, mas que não encontra amparo na realidade por duas razões :
1. O PMDB, partido governista e que tinha (e tem) o vice-presidente da República, Michel Temer, foi um dos principais artífices da derrota da prorrogação da vigência da CPMF pedida então por Lula. Primeiro, porque segurou ao máximo da MP correspondente na Câmara, dificultando as negociações para sua aprovação pelos senadores. Comandou o boicote o deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), hoje líder do partido, que só soltou o osso quando conseguiu acertar nomeações para Furnas. E depois, quando vários peemedebistas votaram contra a MP. A oposição sozinha já então não tinha número suficiente para derrotar o governo, nem no Senado nem na Câmara.
2. O ministro Guido Mantega, da Fazenda, logo depois da derrota, em janeiro, soltou uma MP, aprovada no Congresso em abril, aumentando o IOF de algumas operações e a Contribuição Social sobre o lucro líquido dos bancos, de 9% para 15% exatamente para compensar as perdas com o imposto do cheque. Os maus serviços públicos de saúde no Brasil se devem apenas em parte à falta de recursos. Em boa parte é culpa de desperdícios e má gestão mesmo.

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