sexta-feira, 18 de outubro de 2013

ECONOMIA: Diretor do ONS afasta possibilidade de apagão este ano

Do JB.COM.BR

Hermes Chipp afirma que sistema está "robusto e fortalecido"
Com os reservatórios das hidrelétricas sob controle e previsões da meteorologia favoráveis, os incômodos apagões não devem ocorrer em grande escala neste verão de 2013. Foi o que afirmou Hermes Chipp, diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em coletiva realizada na tarde desta quinta-feira (17), na sede do órgão, na Cidade Nova. O diretor afastou os temores de racionamento, afirmando que o panorama climático deste ano é mais favorável que o de 2012 e, se as previsões se confirmarem, os apagões não serão realidade.
De acordo com as previsões meteorológicas, realizadas pela ONS em parceria com Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), o fim do ano será de chuvas. “Não há risco de apagão. O nível dos reservatórios não é dos melhores, mas não é nada que apavore. O atendimento está garantido, porque as indicações meteorológicas são favoráveis, ao contrário do ano passado, que foi um ano extremamente seco. A partir de setembro, as frentes se concentraram nas principais bacias do sistema, no Sudeste e no Norte do Sul, pegando também a cabeceira do Rio São Francisco. A indicação consensual está se confirmando e as chuvas devem continuar, inclusive durante o último trimestre do ano”, ameniza Chipp.
O diretor ainda afirma que a confirmação desse cenário significa a redução do despacho das termelétricas. O atual despacho térmico tem sido da ordem de 10,5 mil MW médios, levando em conta um custo marginal de operação de R$ 260/MWh. Com a ocorrência das chuvas, Chipp aponta para uma queda nesse custo de operação, o que levaria ao desligamento de algumas termelétricas.
Sobre o aumento anual de demanda energética, Hermes Chipp afirma que o aumento do gasto elétrico deve ser em torno de 4% este ano. Em 2012, a elevação foi de 4,2%. "No acumulado dos últimos dados encerrados em setembro e na previsão para outubro, a carga já tem crescido em torno de 3,9%". Apesar da demanda crescente, Chipp assegura que a oferta é compatível, pois o sistema está cada vez mais “fortalecido e robusto”.
O sistema, ainda de acordo com Chipp, não está livre de problemas pontuais, como aconteceu no último apagão que atingiu toda a região Nordeste, causado por queimada no Piauí, mas que a causa não é a escassez energética. “No que depender dos reservatórios e da meteorologia, não teremos apagão. Dos desligamentos regionais, nós nunca estamos livres, o que é diferente de racionamento. Racionamento foi o que aconteceu em 2001”, justifica Chipp, que acredita que os problemas pontuais servem para aprimorar a administração do sistema.
“Sempre que acontecem desligamentos, estudamos e tiramos proveito do problema, para evitá-lo posteriormente. O ideal é, também, conseguir restabelecer a energia cada vez mais rápido, aprimorar o processo de religamento”.
A situação da Usina Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, é o que tem preocupado o ONS. O reservatório está, nesse momento, com menos de 30% da sua capacidade ocupada. O diretor afirma que o reservatório tem recebido transmissão de energia principalmente dos reservatórios do Sudeste e do Sul, este último com 96% da sua capacidade total.
As duas regiões têm enviado em torno de 3 mil MW médios ao reservatório nordestino. A transferência já chegou a ser de 3,8 mil MW médios, mas desceu para 3 mil MW médios após a queimada no Piauí, que provocou o desligamento de uma linha de transmissão no estado, no mês de agosto deste ano.
Com menos energia sendo enviada, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) determinou que a compensação fosse feita pelo despacho de térmicas, que geram os 800 MW médios restantes para atender o Nordeste. Apesar disso, o diretor amenizou o problema, se apoiando na previsão climática positiva, o que culminaria no desligamento das termelétricas. “Estamos controlando a transmissão de energia para lá (Sobradinho), mas a previsão é de aumento de chuva, que está chegando ao Rio São Francisco. Quando chegar, a situação melhora”.
Na entrevista, o diretor também comentou sobre o horário de verão, que será iniciado ainda esta semana, no próximo domingo (20/9). Pela perspectiva econômica, a iniciativa tem previsão de redução de demanda de 4,6% e de economia de mais de R$ 400 milhões neste verão. Além disso, a aplicação do horário de verão evita o desperdício de 2.700 MW em longo prazo, o equivalente a um custo de operação de mais de R$ 4,5 bilhões.
“O horário de verão propicia mais tranquilidade em relação ao suprimento, além de aliviar a operação, que fica menos suscetível. O horário de verão também permite a manutenção do equipamento, por conta da demanda reduzida. Essas são as vantagens técnicas”, explica Chipp.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |