terça-feira, 4 de junho de 2013

ECONOMIA: Em busca da credibilidade ameaçada - I

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

Por mais que o governo tenha reagido "olimpicamente" aos maus indícios vindos do fronte econômico na semana passada, com o PIB diet de 0,6% no primeiro trimestre e a elevação dos juros básico pelo BC de 0,5 ponto percentual - com uma esticada do dólar de mais de 7% em menos de uma semana - a realidade é que o nível de estresse no Palácio do Planalto e adjacências chegou a seu nível mais elevado desde que Dilma assumiu a presidência da República. As cabeças mais coroadas da República e seu espectro político não conseguem entender porque, apesar de todas as medidas adotadas nos últimos meses - foram nada menos que 18 pacotes - de incentivo ao consumo e desoneração fiscal, a economia não deslancha. O mistério está indo além da vã filosofia oficial. O que se viu - a começar por um ministro da Fazenda Guido Mantega desacorçoado, anunciando que o governo não terá novas medidas - foi um governo perplexo, quase atordoado.

Em busca da credibilidade ameaçada - II
O revés que boa parte dos analistas - alguns próximos do oficialismo, com entradas palacianas - havia previsto, mas Dilma e os seus preferiam não ver. A reação agora, salvo recaída de última hora, parece mais realista. Definitivamente desistiu-se de perseguir um PIB de mais de 3% este ano, aceitando-se a tese do BC de que o problema imediato a combater é a inquieta inflação. Não fosse por nada, pelo tudo de estragado que a indisciplina dos preços já causou em décadas passadas no Brasil, pelo recado muito bem dado pelo próprio PIB de janeiro, fevereiro e março : a estagnação (aumento de apenas 0,1%) no consumo das famílias é reflexo direto da rebeldia inflacionária. Aliás, como o BC já havia tentado provar em outras ocasiões e havia sido rechaçado com ceticismo por seus pares governamentais.

Em busca da credibilidade ameaçada - III
É cruel admitir, porém, para Alexandre Tombini e seus subordinados de BC, o raquítico PIB inaugural de 2013 veio mais do que em boa hora : permitiu à autoridade monetária recobrar um pouco a credibilidade que estava se esvaindo por causa de tergiversações anteriores e, o mais importante, pudesse iniciar o combate à renitente inflação antes que o processo inflacionário começasse a fugir totalmente do controle. O mundo político oficial, aparências à parte, engoliu sem deglutir direito a "ousadia" do BC de acelerar o ritmo de elevação da taxa Selic, mas provavelmente lá na frente vai agradecer muito à Tombini e sua turma. Pior seria deixar os riscos correrem frouxos agora e chegar ao período mais agudo da campanha eleitoral, em 2014, com a inflação mais nervosa e comendo a renda e o emprego dos trabalhadores. De forma alguma não foi esta motivação da autoridade monetária, mas a maior contribuição até agora para a campanha reeleitoral de Dilma foi dada pelo BC contrariando o senso comum político. Quem diria !

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