terça-feira, 14 de maio de 2013

ECONOMIA: Arrecadação de leilão da ANP ultrapassa R$ 2 bilhões e bate recorde


Da FOLHA.COM
DENISE LUNA / LUCAS VETTORAZZO, DO RIO

Com a venda de todos os blocos ofertados na parte marítima da Bacia do Espírito Santo, a 11ª rodada da ANP (Agência Nacional do Petróleo) ultrapassou o recorde anterior em arrecadação, ao atingir R$ 2,3 bilhões, valor acima do estimado pela agência reguladora.
A ANP previa que, no mínimo, R$ 2 bilhões seriam arrecadados com o leilão. O setor já esperava arrecadação recorde.
A nona rodada de licitações da ANP, ocorrida em 2007, arrecadou R$ 2,1 bilhões. Com a conclusão do leilão da bacia do Espírito Santo, cinco de onze bacias já foram licitadas.
A Bacia Marítima do Espírito Santo ofertou 6 blocos e arrecadou R$ 494 milhões, com investimentos de R$ 1,2 bilhão.
A Statoil levou todos os blocos da bacia, em parceria com a Petrobras e outras empresas. Em dois blocos, as duas petroleiras tiveram a parceria da Queiroz Galvão. Em outros dois, as companhias se associaram à francesa Total. E em um terceiro bloco, Statoil e Petrobras dividiram a sociedade meio a meio.
OUTRAS BACIAS
A Bacia do Parnaíba ofertou 20 áreas em terra e arrecadou R$ 61,3 milhões, com investimentos previstos de R$ 443,4 milhões. A grande vencedora foi a brasileira Petra Energia, que levou nove blocos na regão. A bacia tem potencial para descobertas de gás natural. Todas as áreas foram vendidas.
A Bacia da Foz do Amazonas localizada na costa do Amapá, região norte do país, totalizou ofertas de R$ 750,1 milhões, com previsão de investimento de R$ 1,5 bilhão. A região foi a que recebeu a maior oferta na história dos leilões da ANP, com lance de R$ 345,9 milhões, feito pelo consórcio formado pela francesa Total (40%), Petrobras (30%) e a britânica BP (30%).
O lance superou oferta ocorrida na nona rodada, em 2007, feita pela OGX, de Eike Batista, para uma área na Bacia Santos, por R$ 344 milhões. A bacia ofertou 97 blocos, dos quais 14 foram adquiridos e 83 não tiveram oferta. As grandes petroleiras se interessaram pelos ativos na região norte da área concedida pela ANP. O local fica próximo da Guiana Francesa, onde recentemente ocorreram importantes descobertas.
A Bacia de Barreirinhas arrecadou R$ 304 milhões e promessa de investimentos de R$ 364 milhões. Foram ofertados 26 blocos, dos quais 12 em águas rasas e 14 em águas profundas. A novidade da bacia foi a compra de quatro blocos pela estreante Chariot. A empresa originária de Guernesei, uma ilha no Canal da Mancha independente do Reino Unido, comprou quatro lotes por R$ 4,2 milhões.
A Bacia de Potiguar, no Rio Grande do Norte, arrecadou R$ 127,6 milhões, incluindo blocos no mar e em terra. A Petrobras, que, até então, só tinha entrado no leilão com participação minoritária em outros consórcios, pagou R$ 1,4 milhão por dois blocos.
As cinco bacias ofertadas até o momento têm 15 dos 23 setores que serão leiloados. Ao todo, os setores têm 289 blocos, totalizando 155,8 mil km2.
Este é o primeiro leilão após cinco anos de espera da indústria. Iniciados em 1999 e realizados anualmente, os leilões com a oferta de áreas expressivas de petróleo e gás foram suspensos em 2007, após as descobertas de reservatórios gigantes do pré-sal, que levaram o governo brasileiro a reformular suas ofertas.
Confira, abaixo, onde as bacias estão.
Editoria de Arte/Folhapress
PRODUÇÃO
A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, estimou que os blocos da margem equatorial brasileira oferecidos na rodada vão gerar um volume de produção de petróleo em torno dos 300 a 500 milhões de barris.
A ANP já havia avaliado em 30 bilhões de barris "in situ", quando nem todo o petróleo é recuperado.
Segundo Magda, a nova estimativa leva em conta as reservas encontradas na África, que há milhões de anos era grudada no continente norte-americano.
"Estou muito feliz que empresas brasileiras compraram blocos na Foz do Amazonas. O apetite pela bacia do Parnaíba demonstrou o interesse das empresas por gás. Está sendo um sucesso e ainda temos muito pela frente", disse a executiva, em referência ao leilão de gás que será realizado em outubro.
Duas outras licitações ainda estão previstas para este ano, que vão abranger a área do pré-sal e blocos de gás de xisto.

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