quinta-feira, 16 de maio de 2013

ECONOMIA: Análise: Prévia do PIB frusta e gargalos impedem recuperação

Da FOLHA.COM
ÉRICA FRAGA, DE SÃO PAULO

O nível da atividade econômica medido pelo índice IBC-BR para o primeiro trimestre de 2012 confirmou a expectativa de aceleração da atividade, mas frustrou expectativas em relação ao ritmo da retomada.
Houve expansão de 1,05% nos primeiros três meses deste ano em comparação ao último trimestre de 2012.
O avanço de 0,72% em março em relação a fevereiro (descontados efeitos sazonais) ficou abaixo das estimativas: alguns analistas projetavam alta de até 0,9%.
Outros indicadores recentes, como o resultado da produção industrial, já tinham frustrado as projeções de economistas, contribuindo para uma recente rodada de revisões para baixo nas apostas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2013, que agora giram em torno de 3%.
A fraqueza do setor manufatureiro, que parece se recuperar, mas a ritmo lento, continua sendo o principal entrave à expansão da economia.
Mesmo com medidas de estímulo dadas pelo governo (como reduções de impostos e do custo de energia) e com a recente tendência de desvalorização do real (que torna os bens produzidos pelo país mais baratos no exterior), a indústria brasileira custa a reagir.
Economistas têm apontado para problemas que, agravados ao longo dos últimos anos, impedem a recuperação da competitividade do setor, como o contínuo aumento dos custos com trabalhadores acima da expansão da produtividade (que é uma medida de eficiência).
Editoria de Arte/Folhapress 
GARGALOS
A isso são somados os gargalos conhecidos na área de infraestrutura e as despesas com a complicada burocracia do país.
Também têm ganhado força no debate sobre os problemas da indústria as críticas em relação à falta de integração do setor brasileiro com as cadeias de produção global, o que impede ganhos mais rápidos na área de inovação e desenvolvimento tecnológico.
Esses não são problemas que se resolvam da noite para o dia.
Mas falta um sinal mais claro de o que diagnóstico é amplamente reconhecido e que serão adotadas medidas para tentar mudar a trajetória do setor.
A ausência dessa sinalização, dizem especialistas, somada ao humor ainda ruim em relação ao cenário externo, têm contribuído para um baixo nível de confiança dos empresários em relação à retomada econômica.
A dúvida é se, nesse ambiente de confiança fraca, os investimentos, considerados o fator mais crucial para o crescimento em 2013, conseguirão manter o ritmo de recuperação ensaiado no primeiro trimestre ou perderão fôlego.

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