De OGLOBO.COM.BR
Silvia Amorim
Chapa de candidatos a vereador e escolha do vice são questões ainda sem solução
SÃO PAULO - A poucos dias da convenção que homologará o tucano José Serra
candidato a prefeito em São Paulo, a campanha do PSDB também passa por
turbulências por causa das alianças partidárias firmadas para a eleição deste
ano. Até esta quarta-feira, o partido não havia conseguido acordo dentro do
próprio PSDB para acomodar os partidos aliados na chapa de candidatos a
vereadores da coligação. A divisão de espaço foi um compromisso firmado por
Serra com PSD, PR e DEM, em troca do apoio na eleição majoritária.
Enquanto o PT do pré-candidato Fernando Haddad está tendo que administrar a
escolha de um novo vice , depois da desistência da deputada Luiza Erundina
(PSB), o impasse no PSDB é com o partido do prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Setores do PSDB paulistano resistem a ceder espaço na chapa de vereadores a
ex-tucanos , que agora estão no PSD. A saída deles do partido foi polêmica. Os
dissidentes acusaram a atual direção de retaliação por terem apoiado, em 2008, a
reeleição de Kassab, em vez da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB).
Dirigentes tucanos admitem que o partido deverá reduzir o número de
vereadores eleitos por causa da ampla coligação.
Uma reunião da direção municipal do PSDB está marcada para esta quinta-feira,
quando se tentará construir um acordo. Para evitar qualquer surpresa e um
eventual desgaste político, tucanos ligados a Serra pressionam o partido para
que, no dia da convenção, a homologação do nome do tucano e da coligação com os
aliados para o legislativo aconteça em uma só votação. Assim, avaliam, mesmo os
insatisfeitos com a coligação seriam forçados a votar favoravelmente para
aprovar a candidatura de Serra.
— O partido está tentando chegar a um entendimento. O partido já entendeu a
importância de manter um arco de alianças seguro para que o Serra seja vitorioso
na eleição. Para alcançar esse projeto, temos que fazer coligações na
proporcional (eleição para o legislativo) — afirmou o líder dos vereadores do
PSDB, Floriano Pesaro.
Não está descartada por dirigentes da sigla a possibilidade de realizar a
convenção sem acordo. Ficaria para a executiva municipal a decisão, até o dia
30, fim do prazo legal. Serra também poderá ter a sua candidatura homologada sem
que tenha definido seu vice. Ao menos quatro nomes estão no páreo — Alexandre
Schneider (PSD), Rodrigo Garcia (DEM), Eduardo Jorge (PV) e Andrea Matarazzo
(PSDB).
A previsão de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nesta
quinta-feirae, do caso da distribuição do Fundo Partidário ao PSD — e
automaticamente o direito ou não a tempo no horário eleitoral deste ano — está
sendo aguardado pela campanha de Serra para tomar uma decisão. Se o STF decidir
a favor do PSD, crescem as chances de Kassab emplacar o vice do tucano.
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