De OGLOBO.COM.BR
Paulo Celso Pereira
BRASÍLIA - Depois de abandonar as obras do Maracanã
e da Transcarioca,
a construtora Delta começa a deixar também obras do governo federal. Sem
qualquer alarde, a empresa decidiu na semana passada sair do consórcio para a
construção de um trecho da Ferrovia Oeste-Leste, principal contrato que mantinha
no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no valor de R$ 574 milhões.
As notícias ruins para a Delta não param por aí. O governo já começou a agir
também sobre o segundo maior contrato da empresa no PAC, a construção de um
trecho de 39 quilômetros da obra de transposição do Rio São Francisco, no valor
de R$ 265 milhões. Nesse caso, a Delta integra um consórcio com as construtoras
EIT e Getel. O Ministério da Integração Nacional solicitou à Controladoria Geral
da União (CGU) que seja feita uma auditoria minuciosa sobre o contrato.
Apesar de o ritmo da obra ser considerado normal, o ministério quer apurar se
o andamento é compatível com os valores recebidos pela construtora. Nas próximas
semanas, técnicos da CGU irão a Mauriti, no Ceará, onde ficam os canteiros de
obra, para novas medições. Segundo dados oficiais, 16,3 quilômetros do canal já
estão concretados. Isso significa 40,3% da execução prevista. No entanto, o
consórcio recebeu até março R$ 152,9 milhões, 57,6% do total.
A investigação deve ser concluída em junho, e, caso sejam constatadas
irregularidades, o consórcio pode até ser retirado da obra — seguindo orientação
da presidente Dilma Rousseff de tolerância zero com a Delta.
Nesta terça-feira, a prefeitura de Fortaleza também anunciou a rescisão de um
contrato de R$ 145 milhões com a Delta, que era responsável por obras de
mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014.
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